Para que serve?
Acompanhei esta semana, as notícias acerca da possibilidade de mais de 4 mil juiz-foranos perderem o título de eleitor, por ausência da justificativa do voto nas três últimas eleições. A ausência desta cédula no bolso implica sobremaneira a vida do sujeito, que terá problemas para tirar um passaporte, assumir uma vaga de concurso público, pedir um empréstimo e tirar uma carteira de identidade. É, aquela mesma identidade que você usou para votar em outubro...
Dá até para entender a natureza da punição, já que o sufrágio universal é um dos direitos civis mais caros em uma sociedade democrática e que levou uns bons séculos para se concretizar. Em alguns lugares, ele nem existe, de fato. E por aqui, sem precisar ir muito longe, há três décadas, não tínhamos o direito de nos manifestar politicamente, lembremos, de forma livre. Votar é algo bom. O título eleitoral é o máximo.
No entanto, o que tento entender é porque há essa fixação com o referido documento, já que, no último pleito — quando tivemos que mostrar algum registro com fotografia para apertar as teclas da urna eletrônica — ele não tinha lá muita validade: Ora ele vale, ora ele não vale... É isso que não dá para entender. E não é só isso. Está cheio de coisa por aí, que não entendo para que serve...
Portanto, dúvidas são itens que não faltam em minha cachola. As leis municipais em Juiz de Fora sem aplicabilidade por falta de regulamentação são um exemplo. Para que servem leis que não possuem sanções e prazos de cumprimento? Parece mais um cobertor "tomara que amanheça", aquele que dá para cobrir a cabeça, quando os pés ficam descobertos e que descobre a cabeça, quando protege os pés. É necessário que nossos legisladores amadureçam mais seus projetos, para que a população consiga ser atendida com eficácia e protegida pelos direitos que pretendem fazer valer para a nossa sociedade.
Posso parecer um pouco exigente, mas gosto de entender o que acontece à minha volta. E não consigo passar incólume ao monumento do menino que soltava pipa na avenida Independência, sem me perguntar, o que faz ali e, agora, sem o seu acessório infantil. O monumento à limpeza na esquina da Batista de Oliveira com a Espírito Santo também me é intrigante, mas até vá lá. Mas, o que faz o tal menino sem a pipa nos canteiros de uma de nossas vias mais movimentadas? Deve haver alguma explicação. Se alguém tiver a resposta, envie para o portal, por favor! (utilize o link Dê sua opinião no final deste texto).
Fico feliz em ver, quando alternativas interessantes são criadas e, de cara, já entendo os seus motivos. É o caso da expansão do comércio para os bairros, já que a região central não comporta mais tanta porta de aço e a migração tornou-se inevitável. Bom para o comerciante e bom para a população, que pode ter mais alternativas de consumo nas proximidades de casa, desafogando o centro da cidade. E espero que o incremento do mercado venha acompanhado de bom atendimento aos clientes, item que precisa avançar muito em Juiz de Fora.
Seja com títulos de eleitor, leis municipais, expansão do comércio e monumentos ou homenagens, tornam-se necessárias algumas explicações. Algumas com mais argumentos do que as outras, mas, principalmente, convencendo a população. É isso que, sinceramente, desejo. É pra isso que serve esta reflexão, afinal, ué!
Juliano Nery, ultimamente, anda intrigado com o calor: para que serve tanto sol?
Juliano Nery é jornalista, professor universitário e escritor. Graduado em Comunicação Social e Mestre na linha de pesquisa Sujeitos Sociais, é orgulhoso por ser pai do Gabriel e costuma colocar amor em tudo o que faz.
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