Inadimpl?ncia amea?a escolas particulares
M?dia de d?bitos em todo o pa?s ultrapassa a barreira dos 24%

Fernanda Monteiro
28/11/03

Institui?es de ensino est?o fechando porque pais n?o pagam as mensalidades em dia. Apesar do quadro em Juiz de Fora n?o ter chegado a este ponto, as escolas particulares da cidade est?o "por um fio" de se igualarem ? realidade do pa?s. Na escola Nossa Senhora do Carmo, dos 703 alunos, do maternal II at? a oitava s?rie do ensino fundamental, 8,34% est?o em situa??o de inadimpl?ncia. O fen?meno ? uma realidade constante em toda a cidade. Recentemente, foi divulgado que, em um dos institutos mais antigos de Juiz de Fora, dois em cada dez pais n?o pagam as mensalidades em dia. A m?dia de d?bitos em todo o pa?s ultrapassa a barreira dos 24%.

"A inadimpl?ncia aumenta a cada dia", avalia a diretora pedag?gica, Maria Auxiliadora Campos. A diretora ainda ressalta o aumento na procura por bolsas de estudo. Entre as raz?es que ela aponta est?o o desemprego e queda na padr?o de vida, que muitas vezes, n?o permite mais o gasto com ensino particular. Sem contar, as pessoas que t?m dificuldades em estabelecer prioridades e que acabam gastando com outras coisas, por vezes sup?rfluas, em vez de pagar o col?gio dos filhos.

A diretora conta que o percentual de devedores j? esteve maior no decorrer de 2003. "Com a proximidade do final do ano, os pais come?am a quitar, utilizando o 13? sal?rio e com a ajuda de parentes", observa.

A escola busca diminuir d?ficit com uma aproxima??o dos pais. Incentiva os bons pagadores com cartas de agradecimento, descontos para alunos irm?os e o n?o reajuste na matr?cula paga em dezembro. E busca negociar com os que est?o em d?bito. "Primeiro a gente manda uma carta, pelo correio (sem que a crian?a saiba) para os pais avisando da situa??o irregular, depois a gente telefona e agenda um hor?rio para conversar e ouvir a proposta do pai do aluno". Em geral, as negocia?es giram em torno de parcelamentos do montante. Mas, a escola n?o renova a matr?cula para o ano seguinte se o d?bito n?o for quitado.

Do outro lado da quest?o, o Procon de Juiz de Fora j? recebeu 131 reclama?es contra institui?es de ensino s? este ano. As faculdades foram as campe?es com 36,6% das queixas. Outras 43 foram formalizadas contra cursos pr?-vestibulares. Os col?gios da cidade foram alvo de 39 den?ncias.

A maioria das reclama?es ? em rela??o a penalidades aos alunos inadimplentes, como a reten??o de documentos, tais como certificados e hist?ricos escolares. San?es pedag?gicas de qualquer esp?cie s?o proibidas pelo artigo 6? da Lei 9870/99 e pela portaria n? 3 do Minist?rio da Justi?a. Al?m disso, as escolas n?o podem cancelar o contrato com alunos inadimplentes antes do fim do ano letivo, conforme medida provis?ria 2173-24, de 2001. As pessoas que se sentirem lesadas pela institui??o de ensino devem procurar o Procon munidas do contrato, das cartas de cobran?a, dos boletos e dos comprevantes de pagamentos.

A garantia de t?rmino do ano letivo ao estudante, acabou por criar um c?rculo vicioso: pais que, ap?s o ano de inadimpl?ncia em uma escola, transferem a crian?a para outra institui??o, na qual tamb?m ficam inadimplentes e assim, sucessivamente. A divulga??o formal dos maus pagadores levaria o aluno a constrangimento. Ent?o, a forma encontrada pelas escolas particulares ? a troca informal de refer?ncias e a exig?ncia de comprovante de pagamento da 12? parcela da anuidade anterior.

Os administradores de escolas podem contar com o apoio da Confedera??o Nacional dos Estabelecimentos de Ensino. No site da institui??o, a pessoa encontra modelos para contratos de matr?culas (em "Confenen Informa", no link "Contrato de Matr?cula") que visam a diminuir os "calotes". Para adquirir os modelos de contratos, os interessados devem pedir ? Confenen atrav?s do e-mail: confenen@terra.com.br.


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