Sa?de e seguran?a em Juiz de Fora
A utiliza??o de tecnologias de inform?tica e comunica??o nestes setores est?o contribuindo para resolver os problemas?
A ACESSA.com foi conferir e faz aqui um balan?o.
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S?lvia Zoche e
Ludmila Gusman
20/09/04

EDITORIAL

A sa?de e a seguran?a s?o os principais temas do debate eleitoral este ano, indicando a preocupa??o dos juizforanos com os problemas que se agravam dia-a-dia. A insatisfa??o da popula??o foi constatada em pesquisa divulgada, dia 5 de setembro, no Jornal Tribuna de Minas, revelando que mais da metade das pessoas entrevistadas (76%) consideram que a viol?ncia e o tr?fico de drogas cresceram na cidade. J? a sa?de foi apontada, pela empresa Perfil Pesquisas, como principal problema por 30% dos pesquisados.

Por outro lado, as autoridades respons?veis t?m lan?ado m?o de ferramentas de tecnologias de inform?tica e comunica??o, cada vez mais sofisticadas. Ao mesmo tempo, esta tend?ncia ? confirmada nos programas de governo dos candidatos ao pr?ximo mandato, que prometem incorporar mais e mais estas novas ferramentas (termos como internet, governo eletr?nico, GPS, bancos de dados, entre outros, aparecem em todos os programas com maior ou menor ?nfase e detalhamento).


Mat?rias:
(clique nos links abaixo)
Central de vagas, via r?dio, que deveria estar pronta, num per?odo de 60 dias, ainda n?o foi conclu?da
Comerciantes e PM discutem efici?ncia das c?meras de vigil?ncia
Popula??o reclama da espera e da falta de organiza??o na sa?de
Alguns comerciantes dizem desconhecer implanta??o das c?meras na Halfeld
PM desenvolve campanha de autoprote??o
Como ocorre em v?rias cidades mundo, este fen?meno de utiliza??o de recursos de inform?tica e comunica??o - chamada tecnologia da informa??o, tem sido vital para a melhoria de qualidade de vida das popula?es e da democratiza??o de suas rela?es, induzida pelo acesso f?cil e barato ? informa??o.

Embora bonito e atual, este discurso tem mostrado um desvio preocupante: apresentar solu?es que envolvam tecnologia e fazer parecer que as coisas funcionam como no cinema, tem escondido problemas que antecedem ? tecnologia. Foi com esta preocupa??o de avaliar o uso das tecnologias comentadas nos notici?rios ao longo dos ?ltimos meses e responder aos anseios da comunidade por mais e melhores servi?os que a ACESSA.com foi verificar os setores de seguran?a e sa?de.

Na seguran?a identificamos o projeto de vigil?ncia eletr?nica e na sa?de a proposta de uma rede de radiofreq??ncia para interligar todas as unidades e viabilizar os servi?os de marca??o de consultas e leitos hospitalares vinculados ao SUS. Em ambos casos, para nossa surpresa, como profissionais da ?rea e cidad?os, constatamos junto aos t?cnicos e respons?veis de departamentos da Prefeitura e usu?rios dos servi?os em geral que ainda existem aspectos relevantes que necessitam ser observados pelo poder p?blico, no que diz respeito ? melhor administra??o da tecnologia empregada.

Al?m disso, tamb?m mereceu destaque a falta de planejamento e de elabora??o de um projeto mais consistente que atinja, na pr?tica, o objetivo proposto. As constata?es revelam riscos sociais, pol?ticos e financeiros, tanto no projeto das c?meras, que ? privado e de iniciativa de empres?rios da ?rea central da cidade, quanto no caso da rede de comunica??o da sa?de, onde os recursos s?o p?blicos e foram objeto de uma licita??o rel?mpago no m?s de maio deste ano.

Ou?a as declara?es:
(clique nos links abaixo)
"N?mero de leitos insuficiente para macroregi?o"
  (M?dica Maria Ant?nia)

"N?o temos atendimento 0800 e nem 24h"
            (Igor Louren?o)

"Houve falha de comunica??o"
  (Leonardo de Andrade)

"As informa?es s?o resguardadas"
    (Tenente Augusto)

Ambos os projetos envolvem solu?es tecnol?gicas muito comentadas e divulgadas - verdadeiras vedetes que recebem espa?o da m?dia e revelam modernidade, mas sua execu??o se d? distante de qualquer debate ou acompanhamento da sociedade, que segue alheia e/ou se omite, entendendo ser apenas uma discuss?o de engenheiros e economistas.

Neste sentido, a conclus?o que pode ser produzida pelas reportagens e entrevistas que se seguem, comprovam que a Pol?cia Militar e as autoridades de sa?de, embora operadoras dos respectivos sistemas, ficam em posi??o delicada frente ?s falhas e dificuldades operacionais, arcando com cobran?as e cr?ticas dif?ceis de serem identificadas com aqueles aspectos que parecem ser vinculados ? citada discuss?o de engenheiros e economistas.

Afinal, o que se pode dizer para uma senhora que busca h? dias uma vaga para interna??o, se o motivo de suas dificuldades est?o num sistema sofisticado de comunica??o que n?o lhe permite autoriza??o de uma vaga em leito hospitalar comprovadamente existente na rede do SUS mas indispon?vel na rede de comunica??o porque esta est? paralisada e "despreparo da estrutura" e "problemas de informa??o" convivem ainda com um contrato de execu??o de servi?o que est? assinado desde maio, depois de uma licita??o feita em regime de urg?ncia, em menos de 15 dias?

Da mesma forma, o que pode o respons?vel pelo policiamento dizer a um comerciante que se sentia mais seguro por n?o estar num centro perigoso a ponto de exigir c?meras eletr?nicas compradas e instaladas como se fossem meros eletrodom?sticos de f?cil opera??o se com sua instala??o observou-se a migra??o da viol?ncia em sua dire??o e n?o havia um plano ou mesmo medidas compensat?rias indicados no planejamento estrat?gico que emprestou credibilidade ? instala??o das c?meras que agora precisam se multiplicar ao infinito para dar conta de tanta intranq?ilidade? Que dizer ent?o ao outro comerciante que estava ao alcance de uma das c?meras e mesmo assim foi assaltado?

Assim, na seguran?a o que importa ? a quantidade de c?meras, enquanto a pol?cia militar, que opera o sistema, e mesmo os comerciantes que o financiaram, ficam perplexos e indecisos com ocorr?ncias que contradizem as expectativas exageradas e com os resultados, estes ainda nem mesmo ainda levantados por estat?sticas confi?veis que comprovem a efetiva redu??o no ?ndice de viol?ncia, mesmo depois de quase dois meses de implanta??o das c?meras de vigil?ncia eletr?nica. Na sa?de, o mesmo: de maneira t?cnica e juridicamente discut?vel, alega-se falta de viabilidade t?cnica para utiliza??o do sistema via r?dio, inclusive na Central de Vagas, sendo isso desculpa para torna frouxo o pr?prio acompanhamento da qualidade do servi?o prestado e aparentemente inibir a exig?ncia no cumprimento das obriga?es contratuais.

Afinal, dentre os v?rios problemas da sa?de e da seguran?a oferecidas ? popula??o de Juiz de Fora, qual o peso da falta de planejamento, efici?ncia na execu??o e transpar?ncia no processo e seus resultados? Por que tantas reclama?es e quais as respostas s?o dadas? Ser? mesmo somente a falta de recursos financeiros que explicam a crise da sa?de? O aumento da criminalidade exige apenas nossa submiss?o a um amplo sistema "Big Brother" para ser solucionado, sem qualquer outro predicado sen?o a perda de nossas privacidades? O dinheiro est? sendo bem empregado se as tecnologias s?o compradas e usadas como eletrodom?sticos? A tecnologia pode ser bem utilizada se falta planejamento adequado e o exibicionismo de tecnocratas autorit?rios faz acreditar que sempre h? planejamento onde depois se descobre apenas despreparo para seu uso? ? o que tentamos entender... Haja tecnologia!


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