Bancários da Caixa retornam ao trabalho. Cinco mil funcionários seráo contratados

Bancários da Caixa retornam ao trabalho. Cinco mil funcionários serão contratados

Após 28 dias de greve, os bancários da Caixa Econômica Federal decidiram em assembleia, na última quarta-feira, 21 de outubro, aceitar a proposta do banco e retornar ao trabalho. Os bancários terão reajuste salarial de 6%, o que representa um ganho real de 1,5%, participação nos lucros e resultados (PLR) de R$ 4 mil até R$ 10 mil e abono de R$ 700 até o dia 20 de janeiro de 2010 para todos os trabalhadores. Outra decisão tomada pelo banco é a contratação de cinco mil funcionários até dezembro do próximo ano.

Para o diretor de formação do Sindicato dos Bancários de Juiz de Fora, Robson Marques, a decisão na assembleia foi positiva para a classe. "Acreditamos que foi vantajosa, pois o discurso inicial da Caixa não permitia mudanças. Com uma semana a mais de greve, conseguimos o abono e a contratação de mais duas mil pessoas, além das três mil já anunciadas." Em relação ao plano de cargos e salários, Marques ressalta que a Caixa firmou um compromisso de criar uma comissão entre os diretores e funcionários para discutirem a questão até dezembro.

Sobre os dias parados, a compensação será feita por até duas horas diárias até o dia 18 de dezembro. Nos finais de semana e feriado não haverá possibilidade de compensação. Se a totalidade das horas não tiver sido completada na data proposta, o restante não será descontado pela Caixa.

Filas

Com a paralisação, muitos serviços, como empréstimos e recebimento de salários, estiveram inativos e provocaram um atraso na vida das pessoas. Este foi o caso de Vanilda Caetano, que ficou impossibilitada de retirar o dinheiro no banco e consequentemente teve suas contas atrasadas. "Eles têm o direito de paralisar, mas o povo também tem que pagar as contas."

Artur Oliveira Neto compreende e apoia a luta da classe, porém se sentiu prejudicado pelo longo período de greve. "Não consegui renegociar minha dívida e deixei de pedir outro empréstimo. Também precisava abrir uma conta com minha esposa e fiquei impossibilitado."

*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes