Privatização pode resolver os problemas dos resíduos sólidos do serviço de saúde
Repórter
A privatização foi apontada nesta quarta-feira, 15 de junho, na Câmara Municipal, como solução para resolver os problemas dos resíduos sólidos do serviço de saúde na região. De acordo com o vereador proponente do debate, Francisco de Assis Evangelista (PP), Juiz de Fora não está preparada para realizar o trabalho. "Falta recurso do poder público."
Evangelista propôs ainda que sejam feitos seminários e eventos voltados para a educação ambiental entre as crianças. "A população não está educada para cuidar do meio ambiente. Se começarmos a conscientização desde cedo vai ser mais fácil", destaca. O legislativo também ressaltou que para a coleta do lixo doméstico já existem campanhas informativas e que a população já está mais por dentro do assunto.
Segundo o diretor do Sindicato das Empresas de Coleta, Limpeza e Industrialização de lixo de Minas Gerais (Sindlurb), Gilson Vilela, esse problema é no todo Brasil. "O resíduo deve ser tratado por empresas especializadas. Juiz de Fora gasta mais do que o necessário na coleta do resíduo sólido", enfatiza. Vilella acredita que a Prefeitura não é o responsável por tratar os resíduos. "O Executivo tem que cobrar de quem produz o material. A partir do momento que o setor for cobrado, quem produz terá mais cuidado", aposta.
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Lei 12.305
Os municípios e Estados têm até 2014 para se adequar à lei 12.305 de 2010, que define a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O coordenador da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Odair Luiz Segantini, não crê no cumprimento do dispositivo dentro do prazo previsto, em função da amplitude dos programas, da carência de recursos e da resistência cultural. A data limite, entretanto, foi considerada pelo coordenador um incentivo para o andamento dos procedimentos. "Dos 853 municípios mineiros, 445 mantêm lixões a céu aberto, ou seja, não tratam o lixo de forma ordenada."
Quem também acha que o prazo não será cumprido pelas cidades é o presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB-MG, Mário Werneck. "Não tem como os municípios implantarem a lei sem os recursos federais. O caminho é a privatização do serviço público. Tem que focar em uma política nacional de resíduos sólidos, de políticas industriais, porque o governo implementa algumas leis e não dá sustentabilidade e subsídios para as prefeituras se adequarem."
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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