Polícia Federal cruza os braços na próxima quarta-feira
*Colaboração
Na próxima quarta-feira, 14 de abril, a Polícia Federal (PF) irá realizar uma paralisação em todo território nacional em busca de debate com o governo sobre a equiparação de reajuste salarial. Apenas os serviços essenciais, como casos especiais, emergências e flagrantes estarão funcionando. Emissão de passaporte, registro de armas, registro de estrangeiros e o serviço de investigação estarão suspensos. O efetivo de 30% de policiais federais estará de plantão. Delegados, peritos, agentes, escrivães e papiloscopistas aderiram ao movimento.
A classe luta pela equiparação do reajuste salarial com a União desde 2002. Neste período, cargos do Executivo, como assistente de informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), receberam reajuste de 552% (confira abaixo a tabela), enquanto o agente da Polícia Federal obteve 83%. "Possuímos alto nível de periculosidade e o governo sempre usa a PF para manter sua imagem institucional. Portanto, queremos o reconhecimento", define o agente representante do Sindicato dos Policiais Federais de Minas Gerais (Sinpef/MG) em Juiz de Fora, Júlio César Dadázio.
Dadázio lembra que há mais de um ano, quando o Ministro da Justiça era Tarso Genro, foi reconhecida a necessidade da formulação da Lei Orgânica da Polícia Federal. Ainda segundo Dadázio, antes de deixar o Ministério, Genro enviou a análise um projeto que não contemplava a categoria, como acordado, e não continha dados exatos sobre a equiparação dos reajustes. "Queremos abrir a negociação com o governo. Sempre existe uma desculpa para evitar a conversa. A paciência terminou", ressalta Dadázio. A Lei Orgânica está para ser votada no Congresso Nacional. De acordo com a assessoria do Sinpef, a paralisação é um indicativo de greve e as próximas reuniões serão agendadas após a quarta-feira.
De acordo com a divulgação do sindicato, o índice de desmotivação da classe é grande, já que o policial federal sequer possui aposentadoria por acidente de serviço. O sindicato também aponta falta de efetivo e sobrecarga de funções.
*Pablo Cordeiro é estudante do 10º período de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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