Segunda-feira, 10 de janeiro de 2011, atualizada às 18h

Insegurança e abandono mobilizam Legislativo a cobrar definição de plano de gestão das praças de JF

Aline Furtado
Repórter
Audiência pública

A insegurança aliada à falta de conservação e de manutenção das praças públicas de Juiz de Fora motivaram a realização de uma audiência pública, proposta pelo vereador Wanderson Castelar (PT), na Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF).

No encontro, os legisladores afirmam a necessidade de cobrar do Executivo um plano de gestão, que englobaria não apenas a reforma e a manutenção das estruturas, como também a ocupação dos espaços.

"A situação da praça do meu bairro está crítica. Infelizmente, o local não está cumprindo seu papel de ser ocupado por crianças e adolescentes, devido ao fato de estar sendo frequentado por usuários de drogas, moradores de rua e prostitutas. Já virou caso de polícia", afirma o integrante da Sociedade Pró-Melhoramentos do bairro Monte Castelo, Luiz Carlos Fazza.

A praça do Monte Castelo está entre outras citadas por Castelar, como os espaços dos bairros Eldorado, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora de Lourdes, São Mateus, Poço Rico, Bairu (ver mapas), entre outras. "Os locais deveriam servir como área de lazer, mas o abandono não permite o cumprimento deste papel", critica o vereador.

Para o legislador Flávio Cheker (PT), o descontentamento da população de Juiz de Fora com relação ao reajuste do valor do Imposto Territorial Predial Urbano (IPTU) deve-se, inclusive, ao estado das praças públicas. "Estes locais são vitrine do descaso. Cuidar das praças é tarefa elementar do Executivo. Não bastam ações pontuais, que não tratam as necessidades urgentes." Uma das ações é proposta pelo morador do bairro Jardim das Laranjeiras, Jean Carlos Menezes, que defende a organização de grupos de atividades físicas, por exemplo. "Só assim conseguiremos minimizar a incidência de drogas e prostituição."

Segundo o secretário de Esporte e Lazer (SEL), Renato Miranda, atividades esportivas vêm sendo realizadas em nove praças da cidade. "A partir do próximo dia 18, serão 34 praças oferecendo atividades, como volei, futebol, xadrez, atletismo, entre outras, independentemente das condições dos locais", afirma, criticando a estrutura de algumas praças, o que, segundo ele, é a grande dificuldade.

Miranda defende, ainda, a necessidade de desenvolvimento de uma política de vigilância, assim como a conscientização por parte dos cidadãos, que devem estar empenhados em auxiliar na manutenção dos espaços públicos. O secretário adianta que a região Sul vai ganhar um espaço que vai reunir campo de futebol, pista de skate, área de lazer e área de caminhada. O local será construído no bairro Cruzeiro do Sul, a partir de uma parceria com uma instituição privada de ensino.

Segurança

Além da necessidade de policiamento, foi apontada a possibilidade de atuação da Guarda Municipal de Juiz de Fora nas praças. Entretanto, segundo o chefe do Departamento da Guarda Municipal, major José Mendes da Silva, o efetivo não é suficiente para atender à demanda. "Deveríamos cobrir cem escolas municipais, unidades de saúde, além de instituições e praças públicas, mas não conseguimos atender a tudo com apenas mil guardas. O que podemos oferecer é a passagem da guarda municipal em motocicletas, mas não seria uma fiscalização permanente. Trata-se de um paliativo apenas."

Além da conservação, reformas

O secretário de Obras (SO), Jefferson Rodrigues Júnior, defende que apenas intervenções para conservação não são necessárias na maioria das praças da cidade. "O estado de degradação vem de muitos anos. Já passamos por 224 praças, trevos e canteiros, realizando manutenção, mas só isso não basta. O vandalismo precisa acabar." Segundo ele, ao longo das intervenções, foram realizadas 542 pequenas obras, além de terem sido plantadas 10.742 metros quadrados de grama, ao longo de dois anos.

Painel de Di Cavalcanti

Um dos pontos debatidos durante a audiência foi o estado de conservação do monumento do centenário de Juiz de Fora, o painel do artista Di Cavalcanti, montado na Praça da República, no bairro Poço Rico. "Medidas devem ser tomadas de forma urgente. As pastilhas daquela obra de arte estão soltando", ressalta Castelar. De acordo com o secretário de Obras, o projeto que contempla a reforma do marco do centenário deve ficar pronto no mês de julho.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken



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