Sexta-feira, 6 de janeiro de 2012, atualizada às 13h14

Prédio do Castelo da Borracha começa ser demolido manualmente

Victor Machado
*Colaboração
Foto da demolição

Teve início na manhã desta sexta-feira, 6 de janeiro, a demolição do prédio do Castelo da Borracha. O processo será feito manualmente e deve durar cerca de 60 dias. Ao todo, serão 19 trabalhadores no local e 13 famílias serão retiradas do entorno.

Segundo a secretária de Atividades Urbanas, Sueli Reis, os moradores receberão um aluguel por deixarem o local e terão um aluguel pago em outro imóvel. "Tivemos algumas pendências com moradores que não queriam sair, mas já foi resolvido. Um amolador que alegou ter uma renda familiar alta, já aceitou a mudança e vamos alugar um local para ele trabalhar."

A demolição começou pela parte de trás do prédio e será feita de cima para baixo. O chefe de operações da Defesa Civil de Juiz de Fora, Adair Elpes, explica que o processo se deve à fragilidade da estrutura. "É preciso aliviar a carga sofrida pela estrutura para que não tenhamos riscos." De acordo com Elpes, os entulhos serão retirados em períodos de fim de semana e por máquinas para não atrapalhar a população ao redor. Sueli afirma que não será preciso interromper o trânsito na avenida Getúlio Vargas.

No local foi colocado um guindaste que será utilizado para que trabalhadores e ferramentas tenham acesso à parte de trás do prédio com segurança. A empresa que trabalha na demolição é paga pelo seguro da loja e é a mesma que atuou na demolição de um prédio atingido por um avião da TAM em São Paulo, em 2007. Os proprietários de um hotel, que também foi atingido pelo fogo, já entraram com o pedido de demolição, que só deve ocorrer após o encerramento dos trabalhos no Castelo das Borrachas. 

Liberação

A liberação para a derrubada do prédio ocorreu depois que a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) conseguiu uma liminar na Justiça, comprovando os riscos para a população. A demolição estava indefinida depois que o juiz substituto da 2ª Vara Cível expediu uma liminar, a favor de moradores e comerciantes da área atingida, que impedia qualquer intervenção no local do incêndio antes que fosse feito um laudo conclusivo da perícia sobre as causas.

De acordo com Sueli, a Prefeitura conseguiu a autorização, após comprovar os riscos. "Os moradores queriam um laudo afirmando de onde partiu o fogo. O Tribunal deu ganho de causa para a Prefeitura, visto que existem laudos dos bombeiros, da Defesa Civil e da Polícia Civil com a mesma conclusão: o risco de adiar a demolição. Conversei com o advogado dos moradores e não haverá recurso quanto à decisão."

Mesmo com o início do trabalho, os moradores seguirão movendo uma ação de perdas e danos na Justiça, contra o proprietário da loja, a fim de serem indenizados devido ao incêndio.

*Victor Machado é estudante do 8º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

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