Esgoto de JF deverá ser 100% tratado em até quatro anos

O presidente da Cesama, Cláudio Horta, apresentou metas da empresa durante audiência pública na Câmara Municipal 

Thiago Stephan
Repórter
15/3/2012
Cláudio Horta

Em 2011, 9,8% do esgoto de Juiz de Fora foi tratado. Para 2012, a projeção é que o tratamento atinja 12%. Crescimentos maiores, segundo o presidente da Companhia de Saneamento Municipal de Juiz de Fora (Cesama), Cláudio Horta, são estimados para os próximos três anos. O anúncio foi feito durante audiência pública realizada nesta quinta-feira, 15 de março, na Câmara Municipal de Juiz de Fora.

De acordo com ele, as licitações do Eixo Paraibuna estão em fase final. "São investimentos extraordinários para, nos próximos quatro anos, ter todo o esgoto tratado", revela. Para isso, cerca de R$ 142 milhões estão sendo investidos em Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs).

O sistema de Barbosa Lage, que trata, atualmente, 9,3% do esgoto da cidade, teria capacidade aumentada e trataria 25%, abrangendo a região a partir do bairro Santa Terezinha e toda a Zona Norte. Para isso, serão destinados R$ 20 milhões para a ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Barbosa Lage e R$ 8,5 milhões para a implantação de coletores e reservatórios. A Fase 1 do Eixo Paraibuna tem previsão de orçamento de R$ 80 milhões, sendo R$ 34 milhões para a construção da ETE de Granjas Bethel e R$ 46 milhões para a construção de coletores, interceptores e elevatórias.

A unidade teria capacidade para tratar 49% do esgoto da cidade. A Fase 2 do Eixo Paraibuna prevê a construção da ETE de Santa Luzia, orçada em R$ 7 milhões, e a construção de coletores, receptores e elevatórias, com orçamento previsto em R$ 33 milhões. A ETE de Santa Luzia terá capacidade de tratar 20% do esgoto de Juiz de Fora.

Contas de água mais caras

A partir do dia 1º de abril, as contas de água ficarão 6,5% mais caras. O índice de reajuste levou em consideração a recomposição inflacionária (IPCA) de 2011. O aumento também foi abordado durante a audiência pública, quando Horta apresentou a atual situação da companhia aos vereadores e à população presente.

Sobre o reajuste, Horta afirmou que seria necessária correção de 35%, mas foi adotado o IPCA, tendo em vista que a Cesama pretende buscar outros recursos para aumentar sua arrecadação visando investimentos pontuais nos próximos anos, como o aumento gradativo do percentual de esgoto tratado no município.

De acordo com Horta, a correção inflacionária de 6,5% acarretará aumentos pequenos para a população. Em residências unifamiliares que consomem até 5 metros cúbicos de água por mês, a conta terá reajuste de R$ 0,82. Consumo de até 10 metros cúbicos, a alta é de R$ 1,70. Famílias que gastam até 20 metros cúbicos desembolsarão R$ 4,26 a mais. Cerca de 90% do consumo de água na cidade é proveniente das residências.

Entre as alternativas de arrecadação citadas pelo presidente da Cesama que garantiram o índice de 6,5% está a possibilidade de vender mais água à população. Estudo apresentado mostra que o consumo em Juiz de Fora no ano passado cresceu em relação aos anos anteriores. Mesmo assim, ainda é semelhante ao observado no município em 1998, sendo que neste mesmo período a população juiz-forana aumentou em cerca de 80 mil moradores. "Vamos buscar a redução de perdas físicas, redução de despesas de custeio, busca de novos usuários, cobrança de inadimplentes – são cerca de R$ 17 milhões em dívidas -, cobrança de esgoto de quem usa fontes alternativas, além de combate às ligações clandestinas", explicou Horta. O faturamento mensal da empresa é de, aproximadamente, R$ 10 milhões.

A audiência pública foi proposta pelo vereador José Sóter de Figueirôa (PMBD). Ele destacou a importância da discussão por tratar do que classificou como o bem mais importante da humanidade, a água, e o maior patrimônio público de Juiz de Fora, a Cesama. Mas, lamentou não ter acesso com antecedência às planilhas dos últimos três reajustes e aos cálculos tarifários, o que foi fruto de requerimento à PJF. "Isso empobreceu o debate de hoje. Vou encaminhar essa situação ao Ministério Público, já que o Executivo está tratando esta casa com desrespeito", disse.

O vereador Júlio Gasparette (PMDB), lamentou o fato de moradores da parte alta do bairro Democrata sofrerem constantemente com a falta de água em razão de falta de uma bomba e pediu providências. Questionou também a construção de residências às margens da Represa Doutor João Penido. Já o vereador José Laerte (PSDB) chamou a atenção para a qualidade da água que os moradores de Igrejinha estão consumindo, segundo ele, com muito cloro.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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