PF deflagra operação contra uso de documentos falsos e prende um casal na Cidade Alta
Foram cumpridos, ainda, cinco mandados de busca e apreensão. Além de documentos e computadores, foram apreendidos dois veículos de luxo
Repórter
19/3/2012
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta segunda-feira, 19 de março, a Operação Beirute, que desmantelou uma organização criminosa que utilizava documentos falsos para aplicar golpes milionários — que podem passar de R$ 10 milhões —, principalmente em agências bancárias.
Um homem libanês, que vive há 16 anos no Brasil, e sua esposa foram presos em um condomínio na Cidade Alta, onde os policiais encontraram R$ 156 mil enterrados em uma jardineira, juntamente com diversos documentos, além de cartões de crédito e cheques em nome de titulares fictícios.
Foram cumpridos, ainda, cinco mandados de busca e apreensão em lojas da região central da cidade (ver mapas). Além de documentos e computadores, foram apreendidos dois veículos de luxo. O homem está preso no Ceresp, enquanto a mulher foi levada para a Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires. Um comerciante também é investigado e deve prestar depoimento à PF nesta terça-feira, 20 de março.
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Os golpes
Estima-se que os golpes eram aplicados há, ao menos, oito anos. O esquema levantou suspeita e passou a ser investigado há cerca de um mês, quando o casal tentou abrir uma conta na Caixa Econômica Federal. De acordo com o delegado-chefe da PF em Juiz de Fora, Cláudio Dornelas, em um único banco público, o golpe pode ter chegado a R$ 2,5 milhões. "Em bancos privados, identificamos golpes de até R$ 700 mil."
A PF ainda investiga o envio de remessas de dinheiro ao exterior. "No decorrer das investigações, obtivemos a informação de que houve envio de dinheiro ao Oriente Médio. Mas a quantidade e o destino ainda serão investigados", disse o delegado da PF, Humberto Brandão, ao mostrar agendas que, em seu interior, possuíam espaços para acomodar cédulas.
Hakin Hussein Katib, Hakem Katib, Toni Barakat são nomes falsos utilizados pelo libanês, enquanto a mulher tinha documentos como Vanessa Miranda e Marta Almeida da Silva. Segundo Dornelas, essas são apenas algumas das identidades inexatas usadas pela dupla, que pode ter usado mais de 50 nomes. O número de cartões de crédito falsos chega a mais de 100. Eles possuíam duas lojas em um shopping da cidade. Estima-se que o faturamento de cada uma chegue a R$ 100 mil. Entretanto, existe a suspeita de que os dois estabelecimentos sejam de "fachada". Além disso, os policiais detectaram que, em um mesmo endereço, funcionavam mais de uma empresa. É possível que fornecedores também tenham sido lesados, o que pode aumentar ainda mais o prejuízo causado pelo esquema.
Os envolvidos cumprirão prisão preventiva por tempo indeterminado pelos seguintes crimes: estelionato, uso de documento falso, crime contra o sistema financeiro, sonegação fiscal, crime eleitoral, ameaça e lavagem de dinheiro.
Os textos são revisados por Mariana Benicá
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