Lojistas refletem sobre prejuízos e futuro dos funcionáriosCasa de produtos para festas onde o incêndio foi iniciado tinha 40 empregados. Empresários esperam poder dar apoio às famílias

Victor Machado e
Clecius Campos
25/10/2011
Foto de loja destruída

No dia seguinte ao início do incêndio que assolou seis prédios comerciais e um prédio residencial no Centro de Juiz de Fora, lojistas e empregados refletem sobre os prejuízos e o futuro dos funcionários dos estabelecimentos. O cenário de destruição ainda dificulta que sejam realizadas contas mais precisas sobre danos. O que fica é a preocupação de empresários em poder dar apoio às famílias de seus empregados.

Na manhã desta terça-feira, 25 de outubro, um grupo de funcionários da loja onde o fogo teve início reuniu-se na rua Floriano Peixoto e lamentou o ocorrido. Ainda com a indefinição sobre o futuro, Elisângela Toledo diz estar assustada com o incêndio. "Foi muito triste o que aconteceu. Tudo foi muito rápido e não sabemos como começou o fogo. A ordem inicial foi evacuar e tentar tirar as pessoas do depósito." A loja, que completou 15 anos em agosto, tinha 40 funcionários e ninguém ficou ferido.

Abatido, o proprietário do local, José Carlos Vieira, afirmou ter sido pego de surpresa. Ele ainda não sabe qual o tamanho do prejuízo causado pelo fogo, mas destaca que a principal preocupação será com os funcionários. "São 40 famílias que dependiam dessa loja e que, assim como a gente, estão abaladas e precisam recomeçar. O importante é dar o apoio necessário a eles."

A preocupação com os funcionários estende-se ao proprietário de outras duas lojas atingidas no incidente. Rodrigo Veiga afirma que ainda não há definição sobre o futuro dos empregados. "Vamos dar toda a assistência, para que eles toquem a vida normalmente. É um esforço de 50 anos que foi abalado. Mas vamos nos reorganizar para reerguer e dar apoio aos funcionários." Nas duas lojas de que Veiga é o proprietário trabalham 18 pessoas no total.

Lojas da região, mesmo não sendo atingidas pelo fogo, tiveram prejuízo indireto causados pelo isolamento do local. A proprietária de uma lanchonete na Getúlio Vargas, Iracilda Terezinha de Souza Silva, comenta que, provavelmente, perdeu todas as suas mercadorias. "Ficamos sem energia e os produtos do freezer devem ter estragado. A loja fechou as 19h30 e depois não tivemos acesso para retirar as mercadorias. Ainda tem o prejuízo dos funcionários que ficam sem trabalhar e recebem."

Veja imagens das lojas destruídas

Prejuízo em torno de R$ 50 milhões

O presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), Emerson Beloti, acredita que o prejuízo global, envolvendo os seis prédios comerciais, pode ficar em torno de R$ 50 milhões. "A estimativa leva em conta o possível estoque existente e os gastos com a reconstrução de edifícios como aqueles. Há um prédio de sete andares, por exemplo. Mas não é possível dizer uma conta exata."

Além do prejuízo material, Beloti enxerga ainda danos emocionais. "A maioria dos lojistas era muito tradicional em seus segmentos. É uma perda para a cidade. Lamento, profundamente, que tais empresários tenham sido afetados pelo acontecimento." Para Beloti, o incêndio abre espaço para reflexões. "Percebemos que Juiz de Fora tem um Corpo de Bombeiros eficiente. Foram capazes de conter o fogo que poderia ter alcançado todo o quarteirão. Mas, precisamos questionar: temos que lutar por equipamentos mais eficazes, como um helicóptero, por exemplo? Precisamos de mais hidrantes na cidade? Todos os hidrantes funcionam?"

A Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) disponibiliza seu corpo jurídico aos comerciantes atingidos direta ou indiretamente pelo incêndio. Os lojistas que não souberem como proceder ou que necessitem de orientação podem entrar em contato pelo telefone (32) 3690-1502. O presidente da CDL, Vandir Domingos, lamentou o acontecimento, em nota.

*Victor Machado é estudante do 8º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken


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