Pesquisadores da Embrapa pretendem fortalecer movimento grevista
Repórter
Após longa negociação entre o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), realizada na última sexta-feira, 29 de junho, em Brasília, a direção nacional do sindicato orienta que pesquisadores de todas as unidades da Embrapa rejeitem a proposta e fortaleçam o movimento grevista.
Na capital federal, foram discutidos 113 pontos, com avanço apenas em um item social, relativo ao adicional de insalubridade e periculosidade, e um item econômico, que é o reajuste de 12% no tíquete alimentação. Pesou na decisão da direção nacional o posicionamento da empresa de pedir a retirada de direitos já conquistados pelos trabalhadores, como auxílio-creche, pré-escola e babá e liberação em dia de pagamento.
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"A postura recuada da empresa reforça sua incapacidade política para avançar no atendimento dos anseios dos seus trabalhadores. Além disso, ela não se posicionou em relação aos temas ligados à reformulação de cargos e salários", afirma o presidente do Sinpaf, Vicente Almeida, em matéria publicada no site do sindicato.
Diante da situação, os pesquisadores da Embrapa Gado de Leite seguem em greve até a próxima segunda-feira, 2. Neste dia, o presidente da seção sindical da Embrapa Gado de Leite, Néio Lúcio Ramos, vai percorrer os três núcleos da empresa na região (Juiz de Fora, Coronel Pacheco e Vassouras-RJ) para expor a situação das negociações e realizar a votação pela continuidade da greve ou retorno às atividades. Ele lamenta também o posicionamento da empresa, que proibiu que assembleias fossem realizadas dentro das unidades.
"As assembleias foram realizadas à beira da via pública, onde havia barulho dos automóveis e os empregados corriam risco de atropelamento. Isto por ordem do Departamento de Gestão de Pessoas - Brasília", expôs Ramos, acrescentando que a categoria precisa se fortalecer. "Falta consciência por parte dos empregados, tanto para o debate, como para a adesão ao movimento. Se é contra a greve, vá assembleia e defenda seu ponto de vista democraticamente."
Ramos explica que o sindicato irá encaminhar a rejeição da proposta feita pela Embrapa. "Também será a oportunidade para confirmarmos se a paralisação continua até o dia 5, quando ocorrerão novas assembleias", explica, acrescentando que nos três núcleos ligados à Embrapa Gado de Leite, cerca de 40% dos pesquisadores aderiram ao movimento grevista.
A categoria busca uma série de reivindicações. Na área econômica, o principal é o reajuste salarial com ganho real de 5% além dos 5,10% de correção da inflação. A Embrapa acena apenas com a correção do IPCA. Os pesquisadores buscam também avanços em cláusulas sociais, criação de banco de horas para a área de pesquisa e desenvolvimento. O Acordo Coletivo foi prorrogado até o dia 6 de julho.
Os textos são revisados por Mariana Benicá
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