Familiares de doentes mentais protestam contra interdição do São Domingos

Segundo eles, hospitais não comportam novos pacientes e interdição da unidade agrava ainda mais a situação

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28/1/2013

manifestacao

Representantes da Associação Familiares de Doentes Mentais (AFDM) e familiares que possuem parentes com doenças crônicas realizaram, na tarde desta segunda-feira, 28 de janeiro, um protesto em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora, pedindo uma resposta a respeito da interdição do Hospital Psiquiátrico São Domingos, definida no último dia 18. O hospital não pode receber novos pacientes devido às condições de precariedade encontradas após a visita da Comissão de Mediação Sanitária, responsável por vistoriar as condições de funcionamento de unidades hospitalares. Diante desse panorama e com a indicação do Ministério da Saúde para o fechamento da Casa de Sáude Aragão Vilar, previsto para julho, a situação se torna cada vez mais difícil para quem precisa de tratamento e ainda não conseguiu vaga.

A presidente da associação, desde 2001, Irene Aparecida Vitorino, que tem uma irmã que sofre de retardamento mental, ressalta que essa situação não pode continuar. 'Nós queremos uma solução rápida, não queremos o fechamento de mais um hospital psiquiátrico, nós queremos que o São Domingos melhore e que haja separação entre os doentes mentais e os dependentes químicos. Os doentes mentais não pediram para nascer assim, eles são gente e têm dignidade e, por isso, merecem ser bem tratados.'

A associação existe desde 1996 e tem a missão de fiscalizar os hospitais psiquiátricos, assim como  atender e acolher famílias que possuem parentes com doenças crônicas. Para Valci Batista Pires, que tem um irmão internado na Casa de Saúde Aragão Vilar, não é fechando hospitais que o problema será resolvido. 'Meu irmão está internado há mais de dez anos, já tendo passado por vários hospitais da cidade, ele é doente mental e muito agressivo, ou sofre de esquizofrenia. No momento, com a perda da minha mãe, fica muito difícil cuidar dele e dependo do hospital aberto. Nós queremos uma solução para que possamos mantê-lo no hospital, porque lá tem profissionais preparados. Se ele for para casa, ele perde o tratamento', desabafa.

Conseguir uma vaga em alguns desses hospitais é muito difícil, já que o paciente precisa, primeiro, passar por um psiquiatra do Hospital de Pronto Socorro (HPS), só sendo encaminhado para internação em hospitais psiquiátricos se a necessidade for apontada. Os locais enfrentam o problema de lotação. Na Casa de Saúde Aragão Vilar estão internadas 140 pessoas; no São Domingos, 120; e  na Casa de Saúde Esperança, de 160 a 180 pacientes.

Os textos são revisados por Juliana França

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