Manifestantes entregam carta com reivindicações na Câmara de Juiz de Fora
Temas incluem questões ligadas ao transporte público municipal e gastos no Executivo e Legislativo de Juiz de Fora
Repórter
24/06/2013
Cerca de 300 pessoas estiveram reunidas na tarde desta segunda-feira, 24 de junho, em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora. O objetivo delas é dar um norte ao movimento de protestos da cidade, com a elaboração de uma carta com reivindicações a serem entregues tanto ao prefeito Bruno Siqueira quanto aos vereados. O ato político, com a presença de diversas entidades de classe e partidos de esquerda, foi entregue ao secretário de governo, José Sóter de Figueirôa e ao presidente de Câmara, Júlio Gasparette, por volta das 17h.
Ambos assinaram os documentos que seguem para analise. 'Muitas dessas propostas já estão sendo cumpridas, como a questão do piso dos professores que já está em andamento, e será implantado no próximo ano. Sobre a questão do transporte coletivo, a licitação já está sendo revista. Então, existe uma pauta que precisa ser cumprida e é preciso definir quem será o representante do povo, que irá trabalhar integralmente com os poderes Legislativo e Executivo", declara Figueirôa.
Ainda sobre à questão envolvendo o transporte público, o secretário conta que há 20 dias o prefeito esteve no Tribunal de contas e constatou que o processo está emperrado. 'Mas, há o compromisso de um conselheiro, que é o ex- deputado Sebastião Helvécio, para resolver o mais rápido possível o procedimento que está bloqueando e impedindo o processo licitatório. Então, assim que o problema for resolvido, vamos tocar isso para frente', esclarece.
Anexado ao documento, autenticado em cartório, havia uma lista com cerca de 150 assinaturas de pessoas presentes que apoiam as reivindicações.
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Seguindo a tendência dos protestos em todo o país, os participantes mais ativos rejeitam o título de líderes. Um jovem de cerca de 20 anos, que faz parte da comissão que está ajudando a organizar o movimento, tanto nas ruas quanto nas redes sociais, não quis ter o nome identificado, mas contou o que o grupo pretende. "Eu ajudo na organização, mas não represento 15 mil pessoas. Não incentivamos o vandalismo; nosso objetivo é tentar reunir uma pauta de reivindicações. Vamos entregar a carta e, em seguida, seguir com o ato para um local ainda não definido", explica. A princípio, o grupo desceria o Calçadão da Rua Halfeld, mas ainda não há um trajeto definido.
Outro estudante, que também preferiu não se identificar, afirma que o grupo não tem liderança definida. "Na quinta-feira, havia 15 mil pessoas no protesto, mas apenas 2 mil sabiam porque estavam lá. Precisamos nos conscientizar do que estamos lutando. No sábado, após o ato, cerca de 500 pessoas se reuniram e votaram os principais pontos a serem incluídos na carta.
Carta inclui 4 pontos principais. Várias pessoas assinaram o documento
Transporte público municipal. Gastos com o Executivo e o Legislativo. Leis de uso e ocupação do solo. Hospital Regional da Zona da Mata. São estes os principais pontos da carta de quatro laudas redigida pelo movimento. O documento afirma que as propostas foram debatidas ao final do ato do dia 22. Eles exigem do poder público o cumprimento das reivindicações e aguardam que o prefeito se manifeste nos próximos três dias. O grupo espera receber a proposta da Prefeitura às 16h30 desta quinta-feira, 27 de junho, em frente à Câmara.
Na questão do transporte público, a carta afirma que "O transporte público em Juiz de Fora nos dias de hoje sofre com falta de qualidade em todas as zonas da cidade, faltam veículos que fazem trajetos da maioria dos trabalhadores das áreas periféricas, assim como pontos de ônibus para manter o conforto de trabalhadores, idosos e estudantes. Além dos fatores naturais, a falta de vias organizatórias que podem ser incluídas em um plano diretor que gere uma eficiência e conforto para a maioria da população, não entra em debate pelo legislativo e executivo, o caos do trânsito é beneficiado pela falta de organização das rotas e aglomeração nas principais avenidas da cidade. Em questão a tarifa paga pela população que utiliza do transporte público, temos por base uma planilha que não se adapta aos dias de hoje, visto que foram propostas por antigas comissões municipais de transporte público e tem itens que demonstram uma falta de compromisso com o dinheiro público (vida útil de veículos, custo do combustível) por parte das autoridades." Eles pedem redução da tarifa, melhorias no serviço, mudanças no cálculo da planilha tarifária e abertura da licitação.
Eles pedem, ainda, a redução dos salários dos vereadores e a retirada de todos os benefícios: atualmente, cada parlamentar recebe R$ 15.031,76. Também estão na lista de reivindicações "a revogação imediata da leis 3/2103 e 4/2013, que alteram as leis 6909/86 e 6910/86, tendo em vista que todo plano diretor da cidade precisa ser revisto em amplo debate com sociedade. Eles também pedem a imediata retomada das obras do Hospital Regional.
Colaboração
*Cíntia Charlene
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