João do Joaninho pede afastamento da Comissão de Meio Ambiente da Câmara
O vereador João do Joaninho (DEM), suspeito de envolvimento em uma ocorrência de crime ambiental na represa Chapéu D'Uvas, divulgou nota nesta sexta-feira, 12 de junho, em sua página no Facebook informando que pedirá afastamento da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal, no qual ocupa cargo de presidente, até o término das investigações.
Em relação a fato ocorrido na quinta-feira, 11, na represa Chapéu D'Uvas, ele afirma que por ter propriedade no local, testemunhou a Operação 240 anos da Polícia Militar, por meio da ação da Polícia de meio Ambiente e dos fiscais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. O vereador alega que em nenhum momento recebeu voz de prisão dos policiais ou dos fiscais ambientais.
Em resposta, o capitão Jovânio Campos Miranda, subcomandante da 4ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário da Polícia Militar, afirma que o vereador foi qualificado na ocorrência como co-autor do crime. "Os policiais autorizaram João do Joaninho a buscar a documentação no carro. Ele evadiu do local antes de prestar todos os esclarecimentos e sem consentimento dos PMs e fiscais", esclareceu.
Ainda na nota, o vereador fala que seguiu para Juiz de Fora para testemunhar os fatos perante o delegado e que antes de chegar à delegacia de Polícia Civil, procurou seu médico particular por apresentar quadro de pressão arterial alterado, após ser informado por assessores que a mídia divulgara seu envolvimento como suspeito e não como testemunha. "E que a pedido do médico, permaneceu em sua residência, deslocando seu advogado para dar prosseguimento à ocorrência policial".
Ocorrência
Conforme boletim de ocorrência da 4ª Cia Ind Mat da PM, João do Joaninho e um homem, 51 anos, foram flagrados na quinta-feira, 11 de junho, por volta das 17h, pelos militares e fiscais do meio ambiente em uma lancha na represa de Chapéu D'Uvas com três capivaras e um jacu abatidos. Também foi encontrado dentro da embarcação uma espingarda calibre 22 e munições, com duas deflagradas. O suspeito, 51, assumiu ser o proprietário da arma e ter efetuado a caça ilegal. Já o vereador pilotava a lancha durante a caça.
Os policiais relataram que efetuavam patrulhamento aquático pela represa de Chapéu D'Uvas, juntamente, com os fiscais, quando se depararam com a lancha, ocupada por dois homens em atitude suspeita, em alta velocidade. A ordem de parada não foi respeitada, por isso a PM precisou montar cerco, quando realizaram a abordagem. Neste momento, João do Joaninho solicitou aos policiais autorização para buscar sua documentação, que estaria dentro do carro estacionado às margens da represa, próximo a sua residência rural. No entanto, ele não retornou, fugindo do local. O vereador não foi localizado até o momento para mais esclarecimentos.
Segundo fiscais do Semad os dois detidos podem ser enquadrados no crime descrito no artigo 29 da Lei 9.605/1998. A multa, para cada animal abatido, é R$ 751,27, totalizando, R$ 3.005,08.
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