A audiência mudou.... e a televisão também!
Mais da metade dos telespectadores assistem à televisão enquanto acessam a internet. E as emissoras estão de olho neles.
A população brasileira nunca esteve tão conectada: segundo último estudo divulgado pelo Ibope, 86% das pessoas tiveram acesso à internet em seu domicílio no final do ano passado. Este amplo acesso está interferindo diretamente no modo de assistir à televisão e já foi mencionado como um dos fatores decisivos para a queda de audiência de algumas emissoras. Segundo o mesmo instituto de pesquisa, 54% das pessoas costumam assistir à televisão enquanto acessam a internet e quase 10% dos internautas já ligaram a televisão ou mudaram de canal em busca do conteúdo comentado na rede.
Sem dúvida, a audiência, hoje em dia, é muito mais dispersa, dividindo sua atenção entre as diversas telas – celular, computador e televisão. Sabendo disso, a maioria das emissoras abertas tem disponibilizado conteúdo para as diversas plataformas e buscado novas formas de interação com seus telespectadores. A Rede Globo, por exemplo, possui uma equipe responsável exclusivamente pela produção de conteúdo transmídia desde 2010, com o objetivo de atrair e reter a atenção deste público. A novela Malhação, que apresenta uma audiência cada dia mais baixa, disponibiliza conteúdo exclusivo para a internet, incluindo blogs e aplicativo para celulares. O resultado é um público telespectador pequeno, mas bastante engajado, que gera alta repercussão na internet sobre aquilo que passa na televisão. As emissoras e anunciantes, é claro, querem saber o que pensam e o que falam estes telespectadores.
Na última semana, o Ibope anunciou que começará a realizar pesquisas de audiência em parceria com o Twitter. Sabendo que 98 % das conversas públicas sobre televisão acontecem por meio deste site de relacionamentos, pretende-se medir qual o engajamento dos telespectadores e observar o impacto do conteúdo transmitido pelas emissoras. Até o final do ano, os tweets passarão a ser monitorados em tempo real, permitindo às emissoras conhecer melhor as preferências de seu público e, assim, oferecer um conteúdo mais condizente com este novo perfil de telespectador.
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Ana Paula Ladeira é Jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora e Doutora em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense. Pesquisa assuntos relacionados especialmente à TV.
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