Com muito humor e ação na medida certa, Os Vingadores supera expectivas
Há cinco anos, a Marvel movimentava os bastidores do cinema com a notícia que estava muito próximo o ambicioso projeto de unir de uma só vez seus maiores heróis em Os Vingadores. Começou preparando o terreno com filmes solo dos integrantes do grupo, O Incrível Hulk (2008), O Homem-de-Ferro 1 e 2 (2008 e 2010), Capitão América – O Primeiro Vingador (2011) e Thor também no ano passado. Todos com uma deixa que anunciava a proximidade do esperado encontro. Depois de muita ansiedade dos fãs, o filme chega aos cinemas com uma proposta simples e certeira: ação e humor.
Quando o rebelde irmão do semi-deus Thor (Chris Hemsworth), Loki (Tom Hiddleston) se une a obscuras forças alienígenas para conquistar todo o planeta, o chefão da S.H.I.E.L.D., Nick Fury (Samuel L. Jackson), tem de por seu plano de reunir os grandes heróis para conter o poder estrondoso do vilão nórdico em ação. Entretanto, primeiro terá de lidar com os egos e ideologias de cada um, para que os faça chegar ao objetivo em comum, que é salvar a Terra.
Seria um desafio enorme para o diretor e roteirista Joss Whedon, depois que Jon Favreau, responsável por dirigir as duas franquias do Homem-de-Ferro, desistiu do projeto por divergências na produção. Entretanto, Whedon colocou todo o talento para mesclar ação e humor que adquiriu quando assinou o roteiro de Toy Story e as consagradas séries de TV Buffy e Angel. Pois o modo como tornou um provável emaranhado de explosões hecatômbicas conduzidas por heróis sisudos, em uma comédia com cenas de ação exageradas, porém, bem-intencionadas, fez dessa uma boa estreia.
Outro grande acerto do diretor foi distribuir a importância de todos dentro da trama. Apesar de ser visível a mudança da liderança do grupo para as mãos de Tony Stark (Robert Downey Jr.), nenhum personagem fica apenas como suporte narrativo. Desde o sagaz Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) ao moralista Capitão América (Chris Evans), fica claro que a intenção era que todos fossem decisivos, ressaltando o trabalho em equipe. Contudo, em meio a essa igualdade, não há como negar que o mote humorístico adicionado ao incontrolável Hulk (Mark Ruffalo), coleciona a maioria dos elogios.
No elenco estelar, que ainda conta com a estonteante Scarlett Johansson como a Viúva Negra, os grandes destaques com certeza são Downey Jr. e Hiddleston. O primeiro se sente muito à vontade no papel, nos dando a impressão que Tony Stark é praticamente um alter ego, por isso o colocou de volta ao topo em 2008. Já o segundo é um dos mais talentosos atores da atualidade, e seu Loki se equilibra entre a insanidade e a crueldade dissimulada, sem que se torne caricato nem superlativo. Impecável.
Os Vingadores é o melhor filme de super-herói lançado desde O Cavaleiro das Trevas (2008) de Chris Nolan. Superou as expectativas em torno de sua concepção com uma receita já usada em filmes como Missão Impossível 4 e Sherlock Holmes. Porém o que pesa a favor do longa de Whedon é que todas as proezas são realizadas por nossos heróis, aqueles que imitávamos quando crianças, ou seja, são todos os sonhos infantis transformados em um grandioso espetáculo audiovisual.
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Paulo César da Silva é estudante de Jornalismo e autodidata em Cinema.
Escreveu e dirigiu um curta-metragem em 2010, Nicotina 2mg.
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