Oblivion traz mundo pós-apocalíptico e Tom Cruise em guerra contra alienígenas
Em época de efeitos visuais cada vez mais primorosos, capazes de reproduzirem paisagens impressionantes, fictícias ou não, as aventuras futuristas sempre conseguem sua parcela de sucesso graças a eles. Depois de 2012 trazer decepções como o reboot O Vingador do Futuro e excelentes surpresas, no caso de Looper – Assassinos do Futuro, 2013 apresenta seu primeiro grande sci-fi futurista. Oblivion, dirigido por Joseph Kosinski, é bem feito e com visual impactante, mas é uma clara miscelânea de outros pós-apocalípticos e tem na fama do astro Tom Cruise a arma para tentar fazer sucesso.
Jack Harper (Tom Cruise) é um mecânico de manutenção de máquinas voadoras chamadas Drones, que fazem a segurança de um planeta Terra devastado por uma guerra entre humanos e alienígenas. Nesta sua solitária rotina, conta apenas com a companhia e supervisão de Vicca (Andrea Riseborough), com quem mantém um enlace romântico. Porém, quando resgata a mulher que aparece em flashes de seus sonhos, Julia (Olga Kurylenko), e é raptado pelos rebeldes liderados por uma misteriosa figura interpretada por Morgan Freeman, tudo o que sabe pode ser distorcido.
Sinceramente não se sabe ao claro qual foi a intenção de Kosinski, pois Oblivion começa de uma forma até interessante, cheia de interrogações como qualquer pós-apocalíptico que se preze. Porém, em pouco tempo de filme, o roteiro se perde e as informações lançadas ao público através das narrações de Jack, além de enfadonhas, não esclarecem absolutamente nada. Quando os personagens coadjuvantes entram em cena, a situação piora. Não sobra espaço para que nenhuma subtrama, ficando à mercê das ações do personagem central, que aparece em quase todas as sequências do longa.
Além disso, a todo o momento, somos pegos por referências (que quando são moderadas fazem bem, mas em exagero, é visível falta de imaginação) de produções do gênero. Desde Planeta dos Macacos, passando por Fahenreit 451, O Vingador do Futuro, Independence Day, Matrix, Minorit Report e chegando a Wall-E, todos são lembrados, o que acaba por deixar o texto pueril. Além de tirar o foco do público, que pode se aborrecer por ter de ficar forçando a memória quase involuntariamente.
O visual é absolutamente espetacular. Apesar de também sofrer com comparações inevitáveis (neste aspecto, em especial, Planeta dos Macacos), a qualidade é de um nível superior. Em destaque, a fotografia de Cláudio Miranda (vencedor do Oscar por As Aventuras de Pi), que está se especializando quando se trata de filmes que usam altas doses de efeitos visuais. Mas nada que consiga se destacar mais que o protagonista.
Tom Cruise foi atraído pela história e talvez seja por isso que tenha ganhado tanto tempo de película. Óbvio, o protagonista tem de ser o centro das atenções, mas daí limitar outros personagens e suas histórias foi demais. Kosinski aposta no personagem e dedica as melhores cenas em valorizar o potencial para a ação de Cruise, inclusive a "forçada de barra" no fim, é justamente para mistificá-lo, e também se tornou o trecho mais incompreensível.
É provável que não será desta vez que Kosinski se consolidará como um grande diretor de ficção, depois de também não ter triunfado com Tron – O Legado (2010). Se tentasse começar com obras mais modestas para desenvolver seu talento, talvez chegaria a ser um grande diretor. Pode sim conseguir boa bilheteria, mas depois cairá no oblivion (esquecimento) ao qual estão fadados filmes de visual classe A e roteiro classe B.
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Paulo César da Silva é estudante de Jornalismo e autodidata em Cinema.
Escreveu e dirigiu um curta-metragem em 2010, Nicotina 2mg.
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