Banda gaúcha Chimarruts mostra a qualidade do reggae produzido no Brasil
Com 12 anos de carreira, o grupo já possui cinco discos lançados e volta a se apresentar na cidade. O show ocorre neste sábado
Repórter
26/10/2012
Do chimarrão e da paixão pelo reggae surgiu a amizade entre oito gaúchos. Com 12 anos de estrada e cinco discos lançados, o grupo conquistou o Brasil com sucessos como Versos Simples, Do lado de cá e Saber Voar. Com um som autoral influenciado pelo reggae tocado aqui no Brasil e no exterior, os "Chimas", como são carinhosamente chamados, estão de volta a Juiz de Fora após apresentações de casa cheia na cidade. O show ocorre neste sábado, 27 de outubro, às 22h, na Mansão.
Em entrevista ao Portal ACESSA.com, o percussionista da banda, Vinícius Marques, relembrou momentos da trajetória do grupo. Ele conta que a história começou no ano 2000, em Porto Alegre, quando amantes do soul, samba, música negra e, claro, reggae, foram se conhecendo enquanto faziam um som nas praças da cidade. Regados a muito chimarrão, a banda foi sendo formada e daí surgiu o nome. "Foi um momento muito engraçado porque sabíamos que tinha que ser algo que envolvesse a palavra chimarrão, bebida bastante comum entre as famílias da nossa região, e era o que nos unia naqueles acústicos que fazíamos. Surgiram várias ideias, tudo de maneira bem informal, e acabou ficando Chimarruts." Além de Marques, o grupo é formado por Rafa Machado (voz), Nê (vocais, flauta quena e harmônica), Tati Portela (vocais), Diego Dutra (bateria), Emerson Alemão (baixo), Sander Fróis (guitarra) e Rodrigo Maciel (guitarra).
Aos poucos, as músicas foram fazendo sucesso e as apresentações começaram a sair da região Sul e ganhando espaço no cenário musical brasileiro. "Logo no primeiro disco, tocamos com grandes músicos no maior festival do Rio Grande do Sul. Eram cerca de 60 mil pessoas nos assistindo. Foi de tremer a perna", conta. Além disso, Marques diz que o sucesso tem se expandido para outros países latinos e que a Chimarruts acabou de voltar de três apresentações na Argentina. Ainda neste ano, eles lançaram uma erva-mate para chimarrão com o mesmo nome da banda. Conforme foi publicado, a erva nativa não possui adição de açúcar e agrotóxicos, além de ser moída média.
Influências e inspirações
De acordo com o percussionista, as influências partem de diversas bandas de reggae do Brasil e do mundo, como o som do The Wailers, Cidade Negra, Skank e O Rappa. "Com o tempo, a gente acaba usufruindo mais de outros gêneros e estilos musicais diferentes do reggae. Quando a música é bem feita e realizada com sentimento, trazemos parte dela para nós." Já nas composições, ele explica que a ideia principal do grupo é retratar a relação direta com a vida. "Nas canções, falamos de respeito ao próximo, de amor, de fatos cotidianos e algumas ideias que nos deixam de bem com o mundo. Todos dependemos das pessoas próximas para poder gerar aquela energia que não deixa a roda parar de girar. E é isso que retratamos, o respeito a vida", diz.
Sobre o cenário da música reggae no Brasil, Marques entende que existe um movimento forte e bem feito, e que as bandas que conquistam reconhecimento nacional têm trazido um som de qualidade, como Planta e Raiz, Armandinho e Natirruts. "Acho bacana ver que a mídia tem dado destaque para este tipo de música, antes vista como algo marginalizado e associado ao uso de maconha. O esteriótipo já não é mais a tônica do estilo musical, porque hoje em dia é a música que faz a diferença. Ficamos felizes ao vermos pessoas de todas as idades indo aos shows e cantando junto conosco", conta.
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Planos para a carreira
No momento, o grupo está em fase de pré-produção no trabalho de um novo disco em Porto Alegre. "Já temos oito canções bem avançadas e pretendemos lançar um single ainda este ano, para a galera sentir o clima do que vem por aí", revela. O álbum deverá ser lançado em 2013.
Sobre o show em Juiz de Fora, Marques garante que os Chimas estão vindo com uma vibe muito boa para tocar na cidade. "É um povo muito alegre, receptivo. Toda vez que estamos no Estado, é como se estivéssemos em casa". Para ele, o fato de voltar à cidade demonstra que o público teve uma boa aceitação, um ponto de muita gratificação para a banda. "Vamos dar o sangue, apresentar nossos sucessos e clássicos mundiais. Será um grande show!", finaliza.
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