Arlindo Daibert é homenageado com exposição no Mamm

Arlindo Daibert é homenageado com exposição no MammLivro Arlindo Daibert: fortuna crítica reúne cerca de 90% dos textos críticos publicados na imprensa sobre as obras do artista  

O Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) realiza uma exposição com obras do juiz-forano Arlindo Daibert, considerado um dos mais importantes artistas plásticos da geração dele. Na noite desta quinta-feira, 24 de março, ocorre o lançamento do Arlindo Daibert: fortuna crítica, que reúne textos críticos sobre a obra do artista.

Segundo o pró-reitor de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), professor José Alberto Pinho Neves, a exposição é uma revisão da obra de Arlindo Daibert. "É um trabalho pequeno, se comparado ao tamanho da obra dele. Mas conseguimos reunir 33 obras, desde a década de 70 até o falecimento de Arlindo, em 1993."

Para o pró-reitor, essa é uma forma de homenagear o artista. "Arlindo projetou-se para o país. Não podemos falar da renovação da arte nos anos 70 e 80, sem lembrarmos dele. Essa é uma pequena forma de homenageá-lo", comenta. Neves explica que a exposição possui o selo Mamm porque Arlindo Daibert foi uma das pessoas a incentivar e a contribuir com a história artística de Murilo Mendes. "Ele foi um pesquisador da biblioteca Murilo Mendes e contribuiu bastante. É um reconhecimento público feito pelo Museu em relação à obra de Arlindo", opina.

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O livro

O pró-reitor afirma que, ao contrário da exposição, o livro Arlindo Daibert: fortuna crítica, de Júlio Castañon Guimarães, é um trabalho mais amplo, abordando a obra do artista juiz-forano. Segundo ele, o livro reúne cerca de 90% dos textos críticos, publicados na imprensa. "O trabalho é tão grande e importante, que inspirou a realização da exposição".

Neves comenta que os contatos com o autor do livro duraram mais de dois anos. "Quando comecei a conversar com o autor sobre o livro, ele já tinha começado a fazer a pesquisa. Isso mostra o tamanho da dificuldade de reunir tantos textos".

Bienal de São Paulo

A exposição, que vai até o mês de maio, e recolheu obras com pessoas que conviviam no ciclo de amizade de Daibert, será realizada durante o período da mostra itinerante da 29ª Bienal de São Paulo. Segundo Neves, essa programação não foi pensada para coincidir, mas é uma outra forma de homenagem. "Arlindo expôs na bienal e poder fazer essa exposição, paralela ao evento que será realizado em Juiz de Fora, é muito importante", comenta.

Arlindo Daibert

Arlindo Daibert é juiz-forano de nascimento, estudou Letras na UFJF e se tornou professor do Departamento de Artes, onde lecionou entre 1983 e 1993, quando faleceu, aos 41 anos de idade. Em sua trajetória como artista, recebeu o prêmio de viagem a Paris, concedido pela Embaixada da França no Salão Global de Inverno de Belo Horizonte, em 1974. Foi homenageado pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1990; pela Bienal Ibero-Americana do México, em 1980; pela Bienal de Artes Gráficas de Maldonado, Uruguai, em 1981, e pelo Panorama de Pintura do MAM-SP (1986-89).

O artista integrou exposições no Brasil e no exterior, entre elas, Resumo do Desenho Brasileiro, MAM-SP (1974); Brasil Arte Agora, MAM-RJ (1976); Formes et Coulers du Brésil, Paris (1975); Panorama do Desenho e da Gravura, MAM-SP (1977); Images/Messages d’Amérique Latine, Paris (1978) e Contemporary Brazilian Engravings and Drawings, Tel-Aviv (1981).

Outros projetos

Destacar e divulgar artistas da cidade são projetos do Museu de Arte Murilo Mendes. O pró-reitor comenta que existe a intenção de realizar uma grande exposição com as obras do pintor Roberto Gil. "Acredito que a cidade deve uma homenagem a esse artista". Na área da literatura, uma exposição das obras de Oscar da Gama pode ser montada. "É um artista importante, que ficou esquecido na história. A cidade precisa conhecer seus grandes artistas."

*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken

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