Ele ? meu pai... e minha m?e tamb?m!
Pais que cuidam dos filhos sem a presen?a da m?e passam por dificuldades, mas t?m contato e conhecimento maior com os filhos

S?lvia Zoche
09/07/04

A psicoteraupeuta Ana Stuart fala sobre a import?ncia do di?logo entre pai e filho nesta fase nova da vida

Ou?a!

Ana Stuart Separa??o dos pais ou perda da m?e. ? uma fase nova da vida do(s) filho(s) e do pai. Dif?cil, mas super?vel. O processo de adapta??o s? ? mais complicado quando o pai n?o tem facilidade de dialogar com os filhos. A psicoterapeuta, Ana Stuart (foto ao lado), diz que os filhos ficam muito carentes e o pai perdido.

Segundo a psicoterapeuta, ? uma situa??o completamente diferente para esse homem que ter? que colocar sua por??o mulher para funcionar. No caso de viuvez, Ana Stuart indica a busca de orienta??o profissional de um m?dico, psic?logo, assistente social ou homeopata. "N?o ? para o homem se assustar, porque os filhos crescem e assumem as pr?prias perspectivas", diz Ana.

Obrigatoriamente, haver? uma mudan?a de h?bitos total, tanto na alimenta??o, no acompanhamento escolar, nos conflitos caracter?sticos da idade, quanto na parte sexual.

A equipe do Portal ACESSA.com entrou em contato com duas fam?lias que passaram pela situa??o e, hoje, o pai tem orgulho de dizer que seguiu em frente e que valeu a pena! Confira:

Separa??o e uni?o

"A vida ? a arte dos encontros, embora haja tantos desencontros pela vida"

Vin?cius de Moraes

Francisco, Maria Paula e Diego Esta ? uma das frases que o juiz de Direito da 6? Vara Civil de Juiz de Fora, Francisco Jos? da Silva (foto ao lado), cita na entrevista.

Francisco diz que foi criado para aprender a se virar sozinho. "Minha m?e me preparou para a vida. Eu sei cuidar de uma casa, se for preciso". Em seu primeiro casamento teve tr?s filhos: dois homens, Diego e Julian e a ca?ula, Ra?sa. Separou-se e ficou com os filhos. "Como tenho condi?es financeiras, contratei uma gerente do lar para ajudar, porque trabalho muito", diz.

Apesar de achar que, atualmente, n?o ? t?o raro encontrar homens que ficam com os filhos, sabe que ? complicado conciliar hor?rios e suprir a aus?ncia da m?e. "Acho importante a presen?a feminina. Pode ser uma tia ou futuramente uma esposa, mas o homem deve casar por vontade", opina.

A dica de Francisco ? ter sempre a expectativa de que no final do t?nel h? uma luz. "? preciso superar as adversidades, a gente acaba vencendo e educar ? muito prazeroso", diz.

Depois de dois anos separado, Francisco decidiu casar-se novamente e teve outra filha: Maria Paula. "Meu sonho sempre foi ter uma menina. A realiza??o veio com a Ra?sa. S? que eu fiz todas as vontades dela. Com isso, vejo que ela tem mais ci?me de mim do que minha pr?pria esposa. Com a chegada de Maria Paula, o ci?me aumentou", diz Francisco.

Com rela??o a brigas, Francisco fala que quem tem filho adolescente sabe que vai surgir algum tipo de conflito com a madrasta. "Meu papel ? n?o deixar que discuss?es sigam em frente e manter a harmonia na casa".

Vivendo e aprendendo
Henrique Rocha de Melo e Henrique Renaldo de Melo A hist?ria de Henrique Rocha de Melo ? diferente. Com a primeira esposa teve oito filhos. Como sua mulher morreu cedo, Melo cuidou dos meninos com dificuldade, porque trabalhava como oper?rio na grande S?o Paulo e viajava muito.

Os filhos mais velhos cuidavam dos mais novos e uma vizinha vi?va ajudava tamb?m. Em quatro meses, Melo casou-se novamente. "Precisava de algu?m para me ajudar. N?o tinha outra alternativa", fala rindo.

No segundo casamento teve sete filhos e, depois de anos de casado, perdeu a esposa. Mais uma vez, Melo teve que encarar a mesma situa??o. Um de seus filhos do segundo casamento, Henrique Renaldo Melo, tinha nove anos quando a m?e morreu e diz que via pouco o pai.

"Ele tinha que acordar ?s 04h e voltava para casa somente ? noite, por volta de 23h. Naquela ?poca, era permitido fazer a quantidade que quisesse de hora extra. E s? com essa carga hor?ria, meu pai daria conta financeiramente de criar os filhos", explica Henrique.

Henrique considera que seu pai - hoje com 65 anos - ? um homem feliz por ver que encaminhou bem todos os filhos. "Acho que esta ? uma vontade de todos os pais", diz. Melo casou-se oficialmente mais uma vez, mas n?o teve mais filhos e Henrique termina dizendo que "apesar de tudo, sei que ele sempre tentou fazer o melhor que p?de. Eu o amo!".

Amor acima de tudo
Foto ilustrativa A compreens?o e a paci?ncia s?o essenciais para que o relacionamento seja saud?vel, principalmente quando o pai tem que orientar uma filha.

Ana Stuart diz que pai com filho ? mais tranq?ilo, mas a cria??o de uma filha fica mais dif?cil, se o pai n?o teve uma aproxima??o muito forte com a pr?pria m?e, quando crian?a.

"O homem que teve contato com o mundo feminino quando crian?a, consegue ter uma conversa melhor com a filha", diz.

A busca de carinho e aten??o do pai ? algo natural de um filho. Mas Ana lembra que o filho deve ter uma boa dose de compreens?o com o pai. "O jovem deve buscar seus pr?prios caminhos atrav?s do estudo, de atividades diversificadas e amigos saud?veis. ? mais f?cil a crian?a e o adolescente se acostumarem com a nova situa??o do que o adulto sofrido", diz.

Guarda compartilhada
Para os casais que decidem n?o viver mais juntos, a guarda compartilhada, apesar de n?o estar ainda no C?digo Civil, ? uma alternativa. Mas o que ? isso? Tanto o pai quanto a m?e t?m a responsabilidade de cuidar do filho, em dias da semana determinados.

O juiz de Direito da 6? Vara Civil de Juiz de Fora, Francisco Jos? da Silva, diz que a quest?o ainda gera pol?mica entre os juristas. "Alguns s?o a favor e outros contra", diz.

A favor, porque o filho tem conviv?ncia constante com o pai e com a m?e e por terem acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que orienta o casal. "? obriga??o dos dois cuidar do filho ou dos filhos que geraram", afirma o juiz. Os que s?o contra dizem que ? invi?vel para um casal pobre pagar uma equipe de profissionais que os oriente, al?m da crian?a n?o ter um local fixo de moradia.

Mas, para o juiz ? poss?vel que o estado ajude no pagamento destes procedimentos profissionais. "? importante para o Estado formar bons valores, al?m de ter a preocupa??o com as crian?as que ser?o melhores no futuro", explica.

Como diz a psicoterapeuta Ana Stuart, o importante ? n?o ter discuss?es e gritos, tanto entre o casal quanto entre pai e filho.


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