Centro de Referência da Cultura Negra

Centro de Refer?ncia da Cultura Negra Luta contra o preconceito, valoriza??o da cultura e educa??o para transforma??o. Objetivos de reflex?o e pr?tica do Cerne

O Centro de Refer?ncia da Cultura Negra - Cerne surgiu para ser exatamente o que seu nome prop?e: um centro de organiza??o de id?ias, que canalize as informa?es e a riqueza da cultura negra.

Mais que id?ias e reflex?es, o Cerne trabalha com a pr?tica; e com a cren?a de que a?es podem mudar o panorama de discrimina??o presente.

Foi exatamente pela pr?tica que a institui??o foi fundada, em 1997. Um grupo de amigos negros, j? politicamente engajados com a causa da segrega??o racial resolveram materializar as id?ias, e trabalhar pela quest?o racial com algo que fosse al?m das den?ncias que eles estava acostumados a fazer.

Mas que pr?ticas s?o essas, que s?o alimentam a certeza da transforma??o? A resposta vem enf?tica, cheia de raz?o e de orgulho de quem desde o come?o da institui??o acredita na semente lan?ada. Jos? Geraldo Azarias, mais conhecido como Zaca (foto acima), vice-presidente da Associa??o e um dos fundadores, diz que ? na educa??o que o movimento encontra a certeza da mudan?a.

Educa??o em v?rios focos: pela concientiza??o, reinvidica??o, transforma??o, auto-estima. A?es que levem e trabalhem a informa??o para a comunidade negra e que criem oportunidades para quem encontra algum tipo de dificuldade.

E foi para dar f?lego a essa proposta que a primeira a??o pr?tica do movimento foi criada. Ainda no ano de sua forma??o, eles criaram o Pr?- Vestibular para Negros e Carentes, que contavam com professores volunt?rios e uma sala de aula cedida para preparar alunos para o mundo acad?mico.

O vice-presidente faz quest?o de destacar que o pr?-vestibular n?o era restrita a negros, porque a inten??o de ajudar a ra?a, n?o quer promover nunhum tipo de segrega??o ou forma??o de guetos.

Mais que matem?tica, biologia e f?sica, o cursinho contava com uma disciplina chamada "Cultura e Cidadania", que tinha peso igual as demais. De acordo com a institui??o, a import?ncia da disciplina devia-se ao fato de que a inten??o do cursinho n?o era s? "jogar" o aluno dentro da universidade e sim, prepar?-lo como cidad?o para ser um universit?rio.

A id?ia do cursinho acabou em 2004, ?poca que a institui??o resolveu priorizar outros projetos. Zaca afirma que outros cursinhos comunit?rios foram acriados a come?aram a atender essa popula??o. De posse dessa informa??o, o Cerne resolveu priorizar outras a?es.

A?es

Seguindo a objetivo de conscientiza??o, o Cerne promove mensalmente, um ciclo de palestras que trata de assuntos como cidadania e transforma??o social. Fatos do cotidiano tamb?m ganham reflex?o, sob a ?tica dos direitos humanos.

Essas palestras acontecem no Sindicato dos Banc?rios, ou seguem rumos itinerantes. A quest?o do sistema de cotas, por exemplo, foi debatido em v?rios cursinhos da cidade.

A institui??o tamb?m tem um grupo de teatro, que ensina dramatiza??o e cultura negra, assunto sempre encenado nas apresenta?es. Na mesma linha do desenvolvimento da cultura, est? a finaliza??o de um projeto para cria??o de uma banda de afro-reggae. Os componentes dessa banda , al?m de aprenderem a tocar instrumentos de precuss?o, v?o ter oficinas de arte para confeccionarem sua pr?pria ferramenta de trabalho.

Todos os anos, no dia 06 de setembro (a data n?o tem justificativa), o Centro tamb?m promove a Noite do Pixaim. Uma atividade l?dica, que acontece para confraterniza??o da comunidade negra juizforana. Durante o evento, um concurso de penteados afros premia os cabelos mais originais e que melhor representem a cultura black, objetivando trabalhar a auto-estima dos presentes.

A chamada Lista Negra tamb?m ? um evento certo na agenda do Cerne. De dois em dois anos, eles homenageiam pessoas ou entidades que trabalharam contra a discrimina??o e que se destacaram. Numa clara brincadeira com a express?o da l?ngua portuguesa "lista negra", muito utilizada no sentido pejorativo, a escolha do nome da cerim?nia de homenagem vem para contrariar essa id?ia.

Criando oportunidades e rompendo o preconceito

O Centro de Refer?ncia est? com um projeto novo, mas que j? est? colhendo v?rios reultados. O SOS Racismo ? uma a??o conjunta de volunt?rios multidisciplinares que pretendem trabalhar a desconstru??o de estere?tipos que cercam moradores de bairros mais violentos de Juiz de Fora.

"Estamos vivendo um outro tipo de preconceito. O preconceito geogr?fico, que faz com que as pessoas criem imegens prontas de moradores de bairros a partir do hist?rico que elas conhecem daquela regi?o", comenta Zaca.

Para reinvindicar agress?es e discrimina?es nesse sentido, uma estrutura com advogados, psic?logos e assistentes sociais est? sendo montado para dar suporte ?s pessoas que sofreram algum tipo de agress?o preconceituosa. Cada profissional vai agir no suporte desse "exclu?do", com as ferramentas que sua ?rea oferece.

Afro na periferia ? outro projeto rec?m criado. A id?ia ? levar arte e cultura para as periferias da cidade, atrav?s de oficinas e apresenta?es. Teatro, m?sica, poesia. Tudo vai ser contemplado. Al?m disso, membros da comunidade que j? desenvolvem algum tipo de manifesta??o art?stica, participam desse processo, para que sintam suas capacidades valorizadas.

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