Tratamento auditivo gratuito Clínica em JF, credenciada por programa do Governo Federal, já entregou mais de duas mil próteses, de graça, em JF e mais de 80 cidades da Zona da Mata


Fernanda Leonel
Repórter
30/05/2007

Quem possui alguma limitação na audição ou necessita de uma prótese, muitas vezes, não sabe que pode adquirir o equipamento gratuitamente. Em Juiz de Fora, só uma clínica é credenciada pelo Governo para atender e oferecer suporte para problemas desta natureza.

Uma clínica particular da cidade, localizada à (Rua Catarina de Castro, 39), é uma das 11 do estado que participa do projeto. Credenciada pelo Governo Federal é a responsável pelo atendimento de 1,5 milhão pessoas, em mais de 80 cidades da Zona da Mata Leste, que vão de Andrelândia à Carangola.

Segundo um dos responsáveis pelo programa, em Juiz de Fora, Fernando César Rodrigues de Souza, sempre foi notório o número de pessoas que chegavam a diagnosticar o problema, mas que acabavam parando o tratamento pelo meio do caminho, por não poderem pagar o aparelho auditivo.

Além do dignóstico, o paciente recebe a prótese auditiva e participa de uma terapia de adaptação, tudo gratuitamente. "A terapia de adaptação acontece porque quem há muito não ouvia, não consegue colocar o aparelho e resolver todo seu problema. Ela precisa reaprender os sons", explica.

O paciente recebe também atendimento de fonoaudiólogos, psicólogos - para aqueles em fase de terapia -, de otorrinolaringologistas, de assistentes sociais - para diagnosticar a condição daquela pessoa de fazer a manutenção da prótese - e, quando necessário, também de neurologistas e pediatras, ambos suporte.

Em Minas Gerais, atendimentos similares, credenciados ao programa do Ministério da Saúde, também acontecem nas seguintes cidades: Patos de Minas, Teófilo Otoni, Montes Claros, Alfenas, Pouso Alegre, Belo Horizonte, Governador Valadares, Diamantina e Uberlândia.

Como participar do programa

O atendimento pelo projeto não está ligado a nenhuma condição social do paciente. Todas as pessoas, independente de situação financeira, podem se inscrever.

De acordo com Fernando, quem é da região, deve ir até a Secretaria de Saúde do seu município para fazer a requisição do atendimento em Juiz de Fora. Quem já é da cidade, faz esse pedido no PAM Marechal (Rua Marechal Deodoro).

Feito o cadastro, cada prefeitura faz uma triagem inicial de pacientes para diagnosticar quem precisa do tratamento, e quem precisa com mais urgência. Na hora da inscrição no programa é preciso apresentar documento de identidade, CPF, cadastro no SUS, exame audiológico e o encaminhamento do médico.

Número de aparelhos fornecidos nos Centros:


Município 2005 2006 2007 Total
Alfenas 102 1.960 355 2.417
Belo Horizonte 2.652 1.019 231 3.902
Diamantina - 958 228 1.186
Formiga - 212 210 422
Governador Valadares - 1.560 324 1.884
Juiz de Fora - 2.003 357 2.360
Montes Claros - 1.822 389 2.211
Patos de Minas - 1.177 340 1.517
Pouso Alegre - 1.284 363 1.647
Teófilo Otoni - 1.074 156 1.230
TOTAL 2.754 13.069 2.953 18.776

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)

 

Instalação e centros
A Rede de Saúde Auditiva foi instalada após a publicação de três portarias do Ministério da Saúde, todas em 2004. Elas instituíram a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, bem como trataram da organização e regulação das redes estaduais.

 

No Estado de Minas Gerais, o programa já está implantado há quase três anos, com capacidade de atendimento mensal de 95 pacientes, nos serviços de alta complexidade, e de 57, nos de média. São beneficiados os deficientes auditivos que se encaixam nos critérios de adaptação exigidos pelo Ministério da Saúde.

O Ministério repassa os recursos para a aquisição, conforme relatório emitido pelo centro. Os preços dos aparelhos variam de R$ 1.050 a R$ 2.200. Da avaliação até a entrega da prótese, o prazo é de aproximadamente dois meses.


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