Placas de logradouros em braille recebem nova localização
Repórter
A fim de facilitar a acessibilidade dos deficientes visuais, foram instaladas 52 placas de logradouros, em braille, no Centro de Juiz de Fora. As placas receberam novo posicionamento, com objetivo facilitar o acesso.
De acordo com a professora de orientação e mobilidade da Associação dos Cegos, Rosane Maria do Carmo, foram realizadas algumas reuniões entre a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) e os internos da associação. Nos encontros, foram sugeridas mudanças a respeito da acessibilidade dos deficientes visuais. "Foram citadas necessidades de várias implementações para facilitar o acesso, dentre elas, a colocação das placas."
Rosane destacou que o fato de as placas de logradouros ficarem, anteriormente, nos postes, muitas vezes estas se localizavam já dentro da via, o que obrigava o deficiente visual a caminhar aproximadamente três metros rua adentro até se localizar. A colocação é compartilhada pela interna da associação, Dilma Rose de Jesus. "As placas eram afixadas nos postes, que ficam próximos ao meio-fio. Ao utilizá-las, acabávamos arriscando nossa segurança. Às vezes, as pessoas nos puxavam porque acreditavam que estávamos indo para a rua."
Com esta nova localização, as placas foram colocadas nas fachadas dos prédios, com um tapete tátil para ajudar a localização. As 52 placas foram colocadas nos cruzamentos da Avenida Barão do Rio Branco, entre a Avenida Independência e a Rua Benjamim Constant, e na Avenida dos Andradas, entre as ruas Silva Jardim e Paula Lima (ver mapas). A instalação terminou na última terça-feira, 29 de junho.
Ainda há muito o que fazer
Entre as reivindicações feitas pelos internos da Associação dos Cegos estão: a colocação de botoeiras, a sinalização sonora nos estacionamentos e nas esquinas, a melhoria na qualidade das calçadas, e, principalmente, a realização de uma campanha de educação no trânsito.
Rosane informou que um dos maiores problemas que os deficientes enfrentam são causados pelo trânsito, pois a falta de respeito e de informação são frequentes, tanto no caso de pedestres quanto de motoristas. "São carros que param em cima da faixa de pedestres, pessoas que puxam o deficiente ao conduzi-lo, enfim, várias coisas que precisam ser melhoradas", declara.
Para resolver a questão da educação, a Associação dos Cegos sugeriu à Settra a promoção de campanhas educativas e palestras explicativas sobre como ajudar o deficiente, como conduzi-lo, além de ações de conscientização. Dilma reforça, dizendo que alguns sinais sonoros, como de garagens de prédios, ficam ligados direto, mesmo quando não há carros saindo ou entrando. "Ficamos sem saber quando podemos passar de fato. Isso nos confunde. Esses alarmes deveriam funcionar somente quando os carros passam", ressalta.
A subsecretária operacional de Transporte e Trânsito da Settra, Roberta Ruhena Vieira, informou que o órgão tem realizado reuniões com os deficientes visuais com o intuito de estruturar melhorias nas vias públicas em prol da acessibilidade. "Estão sendo discutidas diversas melhorias, como a padronização dos passeios."
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