Metade das reclamações sobre empréstimos consignados no Procon é feita por idosos
Repórter
Metade das reclamações sobre abusos em casos de empréstimos consignados registrados na Agência de Proteção ao Consumidor (Procon) de Juiz de Fora são feitas por pessoas com mais de 60 anos. O dado foi apresentado em audiência pública realizada nesta seguinda-feira, 23 de maio, na Câmara Municipal. Segundo o superintendente do Procon, Eduardo Schröder, só em 2011, já foram registradas 952 reclamações de empréstimos consignados.
Deste número, 40% são queixas de funcionários públicos e apenas 10% são de cidadãos que resolveram quitar os débitos e tiveram alguma dificuldade na negociação do pagamento da dívida. "O maior alvo dos idosos não são só os bancos, mas são os abusos da própria família que, às vezes, realiza empréstimos sem a autorização do titular da conta", esclarece o superintendente.
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Abusos preocupam vereadores
Os abusos cometidos contra os consumidores, em destaque os idosos, na contratação de empréstimos consignados, preocuparam o vereador proponente da audiência, José Sóter Figueirôa (PMDB). Segundo ele, 13% da população juiz-forana é idosa e o número de ofertas de empréstimos a essa categoria cresce cada vez mais. "É um crime contra os idosos. Cerca de 30 a 60% da renda dos idosos é destinada a pagamento de empréstimos consignados."
As facilidades dos empréstimos também foram criticadas pelo vereador Isauro Calais (PMN), que não concorda com as práticas abusivas dos bancos. "Os bancos fazem ofertas de empréstimo nas telas dos próprios caixas eletrônicos. Isso não pode acontecer."
Outra questão debatida pelos vereadores é a questão dos agentes das agências bancárias, que abordam os cidadãos na rua oferecendo facilidades no empréstimo. "É vergonhoso o que os agentes fazem nas vias, o município já tinha que ter barrado essa ação há muito tempo", diz o presidente da Câmara, Carlos Bonifácio (PRB).
Medidas
Devido ao cenário apresentado na reunião, Figueirôa propôs que o Procon-JF crie uma cartilha, orientando a população das formas de empréstimos e também de pagamentos, além da elaboração de uma lei que obrigue a instituição financeira a criar um cartaz afixado nas agências. O legislativo também cobrou uma lei para a retirada os agentes bancários do Calçadão.
Números do INSS
Schröder ressalta que a explosão do crédito consignado atinge não só os idosos, mas a população como todo. Segundo a chefe de perícia do INSS, Miriam de Moraes Ronsini, das reclamações no órgão no ano de 2009 foram 19,28% por causa de fraudes, 21,66% foram procedentes, 57,99% das reclamações foram constatadas improcedentes e 1,7% judiciais.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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