Trânsito intenso preocupa usuários de escola em Juiz de Fora
Em apenas sete dias, a direção do colégio registrou dois acidentes. Em um, a mãe de um aluno quase foi atingida
Repórter
3/06/2013
O excesso de velocidade e precariedade da sinalização em um trecho da avenida Deusdedith Salgado, no bairro Teixeiras, ocasionou, em apenas sete dias, dois acidentes em frente a Escola Internacional Saci, trazendo preocupação para os usuários da instituição. O primeiro caso ocorreu no dia 15 de maio, quando a mãe de um aluno de cinco anos atravessa a faixa de pedestre, com o filho no colo. "Dois condutores pararam para dar passagem a mãe do aluno, porém, um terceiro veio em alta velocidade, não conseguiu frear e bateu nos veículos, causando um engavetamento. A mãe se assustou e teve que se jogar no chão, com o filho no colo, para não ser atingida," explica a diretora pedagógica, Luciana Ribeiro Barros. Já no dia 21 do mesmo mês, um outro engavetamento, desta vez, envolvendo quatro carros, aconteceu próximo a entrada da escola.
A instituição, que possui 356 alunos, desde a Educação Infantil até o 9º ano do Ensino Fundamental, está localizada na via desde o ano de 2007. Durante este período já foram registrados diversos acidentes, como explica Luciana. "O desrespeito de alguns motoristas, principalmente em relação ao excesso de velocidade sempre foi frequente nesta avenida. Porém, o problema se agrava a cada dia. A prova é a ocorrência de dois acidentes em apenas sete dias."
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O servidor público Paulo Lacerda, pai de dois alunos da escola, de 2 e 5 anos, reside próximo a instituição e revela as complicações de atravessar a avenida a pé. "Como meus filhos são pequenos, tenho que levá-los no colo. Já é difícil para um adulto atravessar a rua em condições normais, sem ter que apressar o passo e desviar dos veículos. Agora, imagina para uma criança ou um idoso? Isso porque, a avenida que corta uma escola, em que os motoristas teriam que trafegar a 40 ou 50km/h, trafegam a 80, 100 km/h," destaca o servidor, afirmando ainda que já solicitou algumas medidas para resolver a situação. "A Settra [Secretaria de Transportes e Trânsito] diz que não pode colocar um redutor de velocidade na subida da via, pois a legislação não permite. Mas poderia colocar um na descida. Outra solução seria a instalação daqueles sinais acionados pelo pedestre, já que o tráfego maior de pedestres e na entrada e saída dos alunos," afirma.
A diretora pedagógica ressalta que encaminha desde 2007, pedidos à Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra) para melhorias no trecho da avenida próximo à instituição, baseados no artigo 311 do Código de Trânsito Brasileiro - Lei 9503/97. Neste período, já foram solicitados um sinal de acionamento manual, guardas de trânsito nos horários de entrada e saída de alunos, radar e elevação da faixa de pedestres. "Sempre solicitamos alguma medida que tente minimizar esta situação, mas nunca obtivemos sequer um retorno. Até que, com a cópia do boletim de ocorrência de um dos acidentes, consegui uma reunião no dia 22 deste mês com a Settra."
Na reunião, Luciana afirma que os funcionários da secretaria não ofereceram nenhuma medida eficaz. "Me falaram que a situação só tende a piorar. Disseram para desistirmos da instalação de um radar, pois é muito caro e que a via não permite a instalação de redutores de velocidade. Sobre a colocação de guardas de trânsito, nos informaram que a pasta não possui funcionários suficientes, pois tem que atender 110 escolas municipais. Chegaram até a sugerir que mudássemos a escola de lugar. Agora eu pergunto, é mais fácil mudar uma escola de lugar ou colocar um simples radar?"
Entre as medidas apresentadas pela Settra, está o reforço na sinalização e a inscrição da escola no Programa de Monitor de Travessia, que tem como objetivo treinar pessoas que auxiliem a travessia de alunos. Neste programa, a secretaria treina e capacita o voluntário indicado pela escola e doa os materiais necessários, como apito, colete, boné, placa, cone e bandeira de sinalização. "De imediato eu me inscrevi e já consegui a colaboração de mais um funcionário da escola. Agora estamos aguardando a convocação da Settra," explica Luciana.
Segundo a subsecretária operacional de transporte e trânsito da Settra, Isamary Machado, a secretaria está em busca de soluções para minimizar a situação. "Já solicitamos que técnicos visitem o local e avaliem o que pode ser feito para melhorar a segurança, como o reforço na sinalização. E isso será prioridade, já que se trata de uma área escolar." Já sobre a colocação de radares, a subsecretaria afirma ser pouco viável a via receber este tipo de recurso. "Recentemente fizemos uma licitação para a aquisição de dez radares, os quais irão atender a cidade. Infelizmente não temos equipamentos disponíveis para atender todas as solicitações."
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