Am?rica e Atl?tico empatam e diretoria americana reclama da arbitragem. Democrata vence e Eraldo se isola na artilharia

América e Atlético empatam e diretoria americana reclama da arbitragem

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Em um jogo equilibrado desde o início, o clássico mineiro América e Atlético terminou em 3 a 3, no último domingo, 4, no Mineirão. "A virada sobre o América foi o ponto extremamente positivo da nossa equipe. Demonstrou poder de reação. No fim, o empate acabou sendo justo", comentou na manhã desta segunda-feira, 5, o técnico do galo Vanderlei Luxemburgo, em seu microblog.

No entanto, para o América, o empate teria sido motivado por um possível favorecimento da arbitragem no clássico e provocou protestos por parte da diretoria americana. Na entrevista coletiva após a partida, o assessor da presidência, Caio Salum, apontou favorecimento do árbitro Tolentino da Matta ao Galo.

“O Tardelli [Diego, atacante do Galo] deu um carrinho criminoso no Danilo e deveria ter sido expulso. Mas como o lance foi em frente ao banco do Atlético, a poucos metros do técnico Luxemburgo, ele não teve a coragem de mostrar o cartão. Não deu nem o amarelo. Logo depois, o Danilo fez uma falta normal de jogo, e ele [árbitro] aplicou o cartão amarelo, tirando o jogador do próximo clássico”, apontou Salum, através do site oficial da equipe.

No início da semana passada, a diretoria americana solicitou junto à Federação Mineira de Futebol (FMF) que não escalasse árbitros mineiros para partidas contra o Atlético, pela desconfiança de favorecimento aos grandes, mas a FMF recusou o pedido.

"Na hora que o América está ganhando o jogo existe uma tendência muito grande de verificar o lance sempre a favor do Atlético. É uma tendência que corre naturalmente. Na hora que o Atlético empata ou passa na frente, ele faz uma arbitragem boa. Isso vai acontecer sempre aqui quando jogar contra o Atlético ou contra o Cruzeiro, porque sempre existe essa pressão muito grande a favor deles", completou o dirigente.

Em resposta às críticas, Luxemburgo, que já reclamou da arbitragem em outras situações do Mineiro, discordou da opinião e apontou um falso sentimento de inferioridade por parte do América. "O presidente do América está tentando preparar um caminho para o próximo jogo. Eu não quero árbitro de fora, quero árbitro de Minas. Temos que privilegiar o futebol mineiro, melhorar o campeonato. Acho que ele [Salum] está tentando preparar o ambiente ao dizer que o árbitro apitou para o Atlético. Dizer que a arbitragem vai beneficiar Atlético ou Cruzeiro, nada disso. O América tem tanta tradição, teve grandes conquistas, para que se sentir pequeno?", destacou Luxemburgo.

O jogo de volta e que garante o lugar na semifinal contra o vencedor de Democrata e Villa Nova, ocorre na próxima quarta-feira, às 19h30, no Ipatingão. O América precisa de uma vitória simples para seguir em frente. O empate dá os louros ao Atlético, já que o clube tem a vantagem dos resultados iguais por ter feito melhor campanha na primeira fase do Campeonato Mineiro.

Sem Obina, Fabiano salva Galo

Quatorze minutos foi o tempo necessário para o Atlético fazer três gols e virar o placar que marcava 2 a 0 para o América. O destaque da partida foi o atacante Fabiano, que marcou três vezes para o Galo. Por três meses sem Obina, que irá passar por uma cirurgia pela ruptura dos ligamentos do tornozelo esquerdo, o Galo começou sentindo a pressão americana, quando Laércio, aos 7 minutos, abriu o placar para o América. Logo após, uma bola na trave do Atlético assustou o time e ao mesmo tempo motivou a equipe, que partiu para o ataque.

Na defensiva, o América saiu em contra-ataque aos 29 minutos e ampliou o placar com Danilo. Sem tempo para comemorações, aos 30 minutos, o Galo, ou melhor, Fabiano, começou o processo da virada. Marcou o primeiro de fora da área, o segundo de entrada, e o terceiro de cabeça. Na segunda etapa, o Coelho voltou mais atiçado e, aos 32 minutos, em cobrança de falta, Rodrigo marcou e fechou a partida em 3 a 3.

Após o jogo, o técnico do América, Mauro Fernandes, não fez nenhuma crítica à arbitragem e destacou o desempenho de sua equipe no clássico. “Tenho certeza de que se tivéssemos tido um pouquinho mais de atenção, sairíamos com a vitória. Mas o time esteve muito bem, criou as chances e fez os gols. Nossa equipe apresentou um bom futebol, só que cometeu erros e pagamos muito caro por eles”, pontuou. Luxemburgo elogiou a capacidade de reação da equipe em um texto postado em seu blog na manhã desta segunda, 5. "Tivemos um início de jogo complicado, principalmente pelo estado pesado do gramado. A equipe é leve e sentiu, tomando dois gols. Mesmo assim, não se abateu e, com o apoio da nossa torcida, reagiu e virou o placar", destacou.

Eraldo garante a vitória para o Democrata

Com três gols marcados no último domingo, 4 de abril, o atacante do Democrata, Eraldo, garantiu a vitória por 4 a 2 contra o Villa Nova na partida de ida pelas quartas-de- final do Campeonato Mineiro. Com o resultado, o Pantera está mais próximo das semifinais e na próxima quinta, 8, em Governador Valadares, o Villa precisa vencer por três gols de diferença para tirar a vaga do time da casa, já que, classificado em segundo lugar na primeira fase da competição, o Democrata possui a vantagem dos resultados iguais. O jogo decisivo irá ocorrer às 19h30. O vencedor do confronto irá pegar o América ou o Atlético. O atacante Eraldo fechou a rodada com 11 gols, três a mais do que o atacante do Tupi, Ademilson.

O jogo

Apesar de dominada pelo Democrata, a partida no Castor Cifuentes começou favorecendo o time da casa. Aos 20 minutos do primeiro tempo, após cabeçada de Vinícius, o Villa abriu o placar. Aos 34 minutos, Eraldo subiu mais do que a zaga adversária e empatou, também de cabeça. Quatro minutos depois, em cobrança de falta rasteira, o lateral Alex Santos contou com a "ajuda" do goleiro Rafael Córdova e virou o jogo.

Logo aos seis minutos da segunda etapa, Eraldo voltou a marcar e o desespero dos jogadores do Villa começou a aflorar com a expulsão do zagueiro Alexandre, após cotovelada em Eraldo. Aos 21 minutos, Warley diminuiu para o Villa, mas sem tempo para reação, pois Eraldo, aos 39 minutos, marcou o último gol da partida. 

*Pablo Cordeiro é estudante do 10º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes