Vergonha e orgulho
O esporte tem a grata capacidade de surpreender, de não seguir uma lógica. Por vezes, não muito comuns, uma equipe ou jogador de qualidade técnica inferior acaba se sobressaindo perante as gigantes. Na última semana, o povo brasileiro viveu essas emoções opostas. Enquanto a Seleção Feminina de Handebol se tornava campeã mundial, o Atlético-MG deu um vexame histórico no Marrocos, pelo Mundial de Clubes, no futebol.
Aos amigos atleticanos que me desculpem, mas uma equipe como o Galo, com jogadores consagrados e de qualidade muito superior ao Raja Casablanca não poderia nunca perder um jogo decisivo como foi o da última quarta-feira, 18 de dezembro. Mais uma vez, um clube brasileiro entrou no clima do oba-oba, já pensando na final da competição e acabou eliminado na primeira partida.
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Alguns vão dizer que não é se dá vexame quando se joga um Mundial de Clubes. Concordo, em partes. Quando a dupla Fla-Flu foi vice da Copa do Brasil para Santo André e Paulista, foi vexame. Quando o Corinthians foi eliminado para o Tolima na Libertadores, foi vexame. Quando o Internacional foi eliminado pelo Mazembe, no próprio Mundial, também foi vexame. Por que dessa vez não seria?
O Atlético-MG tem um grande time. Jogadores consagrados, de nível de Seleção Brasileira, como Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli, Jô, Marcos Rocha, Réver, Josué e Victor. Há um investimento enorme na equipe, uma preparação para lutar por todos os títulos. E o que acontece quando se perde para um clube marroquino, sem tradição no futebol mundial, que a folha salarial de todo o time provavelmente é inferior ao salário do Ronaldinho, por exemplo?
O espelho para os clubes brasileiros em futuros Mundiais deveriam ser os próprios europeus. O Bayern, que venceu o Raja na final e faturou o caneco, sabe que é superior, inclusive ao Atlético. Mas em algum momento se sentiu pressionado na partida, se impôs e controlou o jogo. Fica aí a sugestão para os próximos anos.
Orgulho
O sentimento de orgulho e superação invadiu as redes sociais na tarde do último domingo, 22 de dezembro. Isso porque, após uma campanha brilhante, a Seleção Brasileira de Handebol foi campeã mundial pela primeira vez na história, desbancando favoritas e vencendo a anfitriã Sérvia na final por 22 a 20, em jogo disputadíssimo.
As meninas são treinadas pelo dinamarquês Morten Soubak, de 49 anos, um dos grandes responsáveis por mudar o rumo de uma equipe que acumulava fracassos nos últimos tempos. O esporte ainda é um dos que menos recebe incentivos públicos, dando ainda mais glória à conquista.
O handebol brasileiro, como um todo, deve aproveitar a situação e atuar junto ao Governo Federal pedindo maiores investimentos financeiros em construção de Centros de Treinamento, contratação de treinadores experientes e categorias de base. Afinal, que uma vitória na superação ganha, é preciso que haja um marketing sobre ela e incentive nossos atletas mirins a seguirem carreira.
Lucas Soares é natural de Juiz de Fora, é jornalista formado pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora em dezembro de 2012 e apaixonado por futebol. Atualmente, é aluno de pós-graduação em Jornalismo Multiplataforma na Universidade Federal de Juiz de Fora, Repórter no portal Acessa.com e Editor-chefe do blog Flamengo em Foco. Já atuou em veículos impressos da cidade e como assessor de imprensa na PJF e na Câmara Municipal.
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