Deixem o Imperador em paz!
O jornalismo esportivo, principalmente os grandes portais, têm adotado posturas controversas para garantir o acesso ao seu conteúdo. Quem acompanha vê, com enorme frequência, imagens subjetivas com frases de impacto, instruindo o leitor ao clique em determinado link para saber o que está acontecendo. Evita o uso de manchetes, jogando fora toda a informação principal do título, criando quase que um outro link para ir ao Facebook, forçando um acesso ao site. Isso é aceitável, do ponto de vista mercadológico e marketeiro, principalmente após as constantes mudanças que as grandes redes sociais passam.
Mais algo me chamou atenção. Os posts patrocinados são uma grande forma de conquistar mais acessos, levando o internauta ao conteúdo que muitas vezes não seria visto. Em conteúdos relevantes, opinativos, eu considero uma excelente estratégia e até utilizo em meu blog quando convém. O problema é quando é algo completamente nonsense e ofensivo, voltado para atacar a moral de alguém e seus costumes. Explico:
Pela manhã desta segunda-feira, 9 de março, me deparei com um post patrocinado do Yahoo Brasil sobre Adriano Imperador, o atleta preferido da imprensa para falar mal. Incrível como que tudo o que o Adriano faz, tem uma proporção incrivelmente grande e maior do que a própria situação em si. A questão é a seguinte: na semana passada, o (ex) jogador resolveu fazer uma "festinha" em um motel. Contratou dezoito garotas de programa e gastou R$ 60 mil com seus cachês. Isso vazou e virou notícia em absolutamente todos os grandes sites de notícia.
A grande pergunta que fica é: como isso é relevante à sociedade? Que interesse você, caro leitor, tem em saber que no que o Imperador deu uma festinha? Uns sentem inveja, outros condenam o cara, mas, de forma relevante mesmo, isso não passa de um jornalismo de fofoca barato e sujo, que só serve para afundar ainda mais a carreira do jogador.
Adriano não é nenhum santo - e já deixou isso bem claro em entrevistas e atitudes. Mas parece que o "jogador problema", expressado claramente pela imprensa, o afasta de qualquer clube. Talento ele tem de sobra, e já demonstrou isso. Em forma, com fome de bola, seria o titular de qualquer clube do mundo e da Seleção Brasileira, sem nenhuma dúvida.
Certamente que existem outros jogadores que tomam atitudes consideradas não tradicionais e que, se viessem a público, desagradariam torcedores, dirigentes, colegas de equipe e familiares. Para a sorte de quem apronta por aí, a imprensa não fica sabendo (ou acoberta). A questão é essa: o que Adriano fez de tão grave para que, mesmo sem clube, fosse alvo de tais notícias?
Na boa, já passou da hora de deixar o Imperador em paz!
Lucas Soares é natural de Juiz de Fora, é jornalista formado pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora em dezembro de 2012 e apaixonado por futebol. Atualmente, é aluno de pós-graduação em Jornalismo Multiplataforma na Universidade Federal de Juiz de Fora, Repórter no portal Acessa.com e Editor-chefe do blog Flamengo em Foco. Já atuou em veículos impressos da cidade e como assessor de imprensa na PJF e na Câmara Municipal.
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