Slackline exige força, equilíbrio e concentraçãoEsporte consiste em se manter equilibrado em uma corda e realizar manobras sobre ela. Oficina gratuita difunde a modalidade e ensina principais técnicas
*Colaboração
9/5/2011
Força, equilíbrio e concentração são os principais requisitos exigidos para a prática do slackline, modalidade em que o praticante precisa se equilibrar em cima de uma corda e fazer manobras sobre ela. Como explica o instrutor do esporte, Antônio Moreira, a parte física vai se adaptando ao longo do tempo, mas a principal dificuldade é a concentração.
"Costumo dizer que 70% é concentração. A cabeça é que controla tudo. Você só consegue ter equilíbrio com a ajuda da mente." O estímulo à concentração é o principal benefício do slackline. Moreira afirma que são feitos trabalhos com crianças e, no início, elas não respeitam filas, querendo voltar imediatamente para a corda, após quedas. "Depois de algum tempo praticando, as crianças ficam mais calmas, respeitam a ordem da fila e entendem a importância de se concentrar."
Pouco difundido no Brasil e em Juiz de Fora, o slackline surgiu nos anos 80, na Califórnia, Estados Unidos. Há cerca de dois anos, a modalidade chegou à cidade e vê o número de adeptos aumentar a cada dia. A maioria dos novos esportistas é amante da escalada e do le parkour. "Existe uma semelhança e essas galeras gostaram e se uniram. Hoje são cerca de 30 pessoas, em média, que participam dos nossos encontros nos finais de semana na UFJF [Universidade Federal de Juiz de Fora]."
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O campus da universidade é, na opinião de Moreira, o melhor local para se praticar esporte na cidade. Ele explica que existe segurança, grama bem cortada, água, estrutura, clima esportivo e muitas árvores. "Essa é a principal qualidade. Para se praticar o slackline, é preciso duas árvores, uma fita e uma catraca para esticar a corda. Se possível, também, uma superfície macia, já que há risco de quedas."
Oficina gratuita
Por ter as características necessárias, a Praça Cívica da UFJF sediará, no próximo domingo, 15 de maio, uma oficina gratuita de slackline. A intenção é mostrar para a população as técnicas do esporte. Não é preciso fazer inscrições e não há restrição de idade. "Sempre que nos reunimos, muitas pessoas param para ver e têm a curiosidade de saber o que é. Muitas crianças e famílias ficam encantadas. Por isso, resolvemos fazer essa oficina." No local, serão disponibilizadas várias cordas e monitores. O evento começa às 9h e tem previsão de encerramento às 14h.
Segurança e modalidades
De acordo com o organizador da oficina, a corda costuma ficar a uma distância de 50 centímetros do chão, por isso, não são necessários equipamentos específicos de segurança. "Essa altura varia com a vontade da pessoa, mas se existe uma superfície macia já é o suficiente." No entanto, alturas acima de cinco metros exigem equipamentos, conhecimento e prática avançada. "Quando é muito alto, só é aconselhável para pessoas realmente experientes. É muito perigoso. Em alguns casos as pessoas acham que, por praticarem há algum tempo, são capazes de encarar esses desafios. É importante saber que o tempo não quer dizer que existe perfeição."
A modalidade acima de cinco metros de altura é conhecida como highline. Os novatos ficam com o trickline. A maioria dos praticantes opta por essa modalidade, que permite a execução de manobras em cima das cordas. Durante os encontros, os praticantes fazem desafios em busca da melhor manobra. "Existe várias possibilidades. Costumamos colocar um lado da corda mais alto para simular uma subida e vamos inventando novas manobras a cada dia."
Segundo Moreira, quanto menor for o comprimento da corda, mais ela fica esticada e permite mais manobras. Quanto maior a distância, a dificuldade aumenta, porque a corda balança mais. Quando o percurso tem mais de 30 metros de comprimento, a modalidade é conhecida como longline.
Sem competição nacional
Juiz de Fora ainda não possui competições de slackline. Segundo Moreira, cidades como Volta Redonda e Lavras já realizam torneios. "Temos conhecimento desses campeonatos, mas aqui em Juiz de Fora não existe. Além disso, os praticantes do esporte têm a intenção de realizar uma competição nacional, que ainda não aconteceu.
*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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