Animais peludos requerem cuidados especiais no calor Cães e gatos devem passar por tosas e ter água fresca à disposição. Além disso, os donos devem ficar atentos à infestação de parasitas
Repórter
7/11/2009
Já é possível sentir os reflexos da chegada do verão. Basta ir às ruas e verificar as pessoas vestindo roupas mais leves e saboreando sorvetes e picolés. Mas e os animais? Quem tem bichinhos de estimação percebe a mudança de comportamento de cães e gatos nesta época do ano. Eles bebem mais água, costumam se deitar no chão e ficam à procura de sombra. O pelo é responsável por grande parte do desconforto dos animais.
De acordo com a veterinária Kátia Mafra, durante o calor é fundamental que donos de cães e gatos priorizem o bem-estar, deixando a questão estética em segundo plano. "Não adianta ter um animal todo peludo e comprometer a saúde dele devido à manutenção do pelo diante de altas temperaturas."
Ela explica que os cachorros têm a temperatura média corporal mais alta que a dos humanos. Além disso, os cães e os gatos não possuem glândulas sudoríparas. A troca de calor ocorre pela boca, o que explica o fato de eles ficarem ofegantes quando expostos ao calor. "É assim que eles trocam calor e conseguem esfriar os corpos", explica. É fundamental que os bichinhos recebam cuidados, como a não exposição direta ao sol e a hidratação frequente. "O indicado é que as caminhadas com os animais de estimação ocorram no período da manhã ou no final da tarde, não devendo ser intensas. Raças mais agitadas devem ser poupadas de exercícios que provoquem cansaço." Os cuidados reduzem o risco de hipertermia, que é o aumento da temperatura corporal dos animais, podendo levar à morte.
Atenção também para os passeios de carros, já que sair com os bichos em caçambas provoca a exposição ao sol. Deixar os bichinhos em veículo fechado também pode contribuir para que a temperatura corporal aumente. A dica da veterinária é que os donos ofereçam locais frescos e arejados. Sobre a tosa, Kátia destaca que a mesma contribui para a redução do desconforto causado pelo calor. Os gatos, inclusive, podem ser tosados, mas o processo é mais indicado à raça persa, que tem pelos mais longos.
A proprietária de uma pet shop no bairro São Mateus, Rose Soares, declara que a procura por tosas e banhos aumenta significativamente durante o calor, mas não está restrita ao verão. "Basta a temperatura subir um pouco que já é possível perceber o aumento da demanda." A declaração é compartilhada por outra proprietária de uma pet shop no bairro Santa Helena, Raquel Resende Alves. "Com este calor, verificamos que a procura pela tosa triplicou."
Mais cuidados
A veterinária recomenda ainda que o animal fique próximo ao ventilador ou em ambiente onde existe ar condicionado. "Na impossibilidade do ar condicionado, o dono pode manter uma garrafa pet com água congelada próximo ao corpo do animal."
A veterinária relembra a necessidade de manter várias vasilhas de água em locais de fácil acesso aos animais. "A água deve ser trocada constantemente para que esteja sempre fresquinha." Outra dica é com relação ao local onde o animal tem costume de ficar. "As pessoas devem estar atentas a casinhas muito pequenas e abafadas, o que pode gerar mal-estar."
Com o aumento do calor, aumenta o risco de infestação de parasitas, como pulgas e carrapatos. A veterinária explica que as pulgas têm um ciclo reprodutivo muito rápido e põem aproximadamente 25 ovos por dia. "Por isso, é importante que os donos façam uso de produtos que previnam o aparecimento destes parasitas."
Banho
Segundo Kátia, intensificar o número de banhos em cães nos dias mais quentes não traz vantagem para os bichinhos porque o alívio é apenas momentâneo. "Não é necessário dar banho toda semana, mesmo nos mais peludos. O ideal é a cada 15 dias em cachorros que ficam dentro de casa, uma vez por mês em cães criados em quintais. O mais importante é que o proprietário se informe a respeito do que é mais indicado para cada raça, porque existem algumas em que o banho deve ocorrer a cada seis meses."
Sobre a água, a veterinária lembra que a temperatura deve ser de fria a morna, a fim de garantir a refrescância aos cães. O uso do secador também merece cuidados. "A temperatura não deve estar alta para não haver o risco de hipertermia."
Com relação aos gatos, Kátia lembra que os animais não precisam de banho porque têm o hábito de se lamber para se limpar, o que contribui, inclusive, para que a temperatura se mantenha estável.
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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