Crianças devem ganhar animais de estimação a partir de um ano de idade
Pais devem orientar os filhos para os cuidados com os bichos, que podem estimular a autonomia e as habilidade motoras
Repórter
15/3/2012
Os animais de estimação podem trazer alegria ao ambiente familiar, além de serem uma boa companhia para as crianças. De acordo com a veterinária Daniele Ferreira Milione, o contato com os bichos pode ser feito em qualquer idade, mas a partir de um ano, a criança vai aproveitar mais o animal, além de criar autonomia para se defender, devido às habilidades motoras.
"A companhia dos bichos não supre a presença dos pais, mas é uma distração a mais para a criança. Porém, é preciso lembrar que o animal exige cuidado." Além disso, os donos devem estar preparados para os gastos com ração, remédio, vacina e visitas ao veterinário. "O importante é pensar no tempo em que a pessoa vai ter para se dedicar ao animal", salienta. Outro ponto importante é tomar cuidado nos caso dos recém-nascidos, porque os cachorros podem pular, lamber e até arranhar o bebê. "Nesse caso, quem já tem um animal em casa deve evitar o contato nos primeiros dias, para que não ocorra nenhum acidente", aconselha.
Mesmo sendo uma boa opção, alguns cuidados são necessários. Os cachorros, por exemplo, não transmitem doença diretamente para as crianças, mas os responsáveis têm que ficar atentos na hora de adquirir um bicho. Um dos cuidados é verificar o local em que o cachorro vai ser comprado. "É preciso observar se o animal está saudável, se as vacinas estão em dia, se o animal foi vermifugado e se ele é de uma linhagem de qualidade."
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Segundo Daniele, na maioria das vezes, as pessoas compram o bicho, levam para a casa, e só depois de meses, quando apresentam alguma verminose, são levados ao veterinário. "Com essa situação, quem sofre mais é o animal. Logo que ele é adquirido tem que ser verificado se nele há pulgas, sarnas, porque, apesar de ser mais difícil, a pulga pode picar a criança. Além dessas medidas, a aplicação de produto para eliminar carrapatos também é necessária." Tomando essas precauções, a veterinária afirma que 90% das doenças são eliminadas.
Ainda segundo a especialista, gatos devem ser comprados em gatil. Caso seja adquirido em outro lugar, a dica da veterinária é deixar o animal isolado por, pelo menos, 30 dias no ambiente em que ele vai ficar. "Tomando essa precaução, a pessoa fica livre de pegar uma toxoplasmose, uma vez que o felino só elimina o parasita nas fezes durante 15 dias, sendo dez dias após ter se infectado e uma vez em toda a sua vida."
Já os pássaros e os hamster são animais fáceis de criar e não precisam de vacinas, apesar das vermífugas serem necessárias. "Sobre as aves que ficam presas, é aconselhável higienizar as gaiolas todos os dias, porque a sujeira pode fazer mal à própria ave." Os peixes e os coelhos são boas companhias e também não exigem tanto tempo, porém os pais devem educar os filhos, a fim que eles entendam que os animais possuem uma vida menor, para que a criança não sofra com a possível perda do bicho.
No primeiro caso, a limpeza pode ser feita semanalmente ou mensalmente, dependendo do tamanho do aquário e/ou a quantidade de peixes. Já o coelho faz bastante sujeira, mas são dóceis e não oferecem nenhum tipo de risco. No geral, Daniele destaca que os pais devem ter consciência de que os animais precisam de respeito e de carinho, assim como qualquer relacionamento.
Relação
A relação criança/animal é vivenciada pela jornalista Flávia Rocha. "A minha filha sempre quis ter um bicho de estimação, mas nós morávamos em um apartamento que não tinha condição de criar animais." Além da filha, o marido de Flávia sugeriu que o casal tivesse um gato, mas Flávia queria mesmo um cachorro. Com a insistência dos dois lados, a família optou por adotar um felino, quando se mudou para outra cidade. "Devido às mudanças sofridas, resolvemos dar o gato."
Flávia afirma que a filha brinca com o animal o tempo todo. "Tenho até pena dele porque ela o leva para passear de velotrol, faz ele dançar, tudo à força", brinca. Mesmo com esse apego ao animal, a jornalista garante que o bicho não revida aos carinhos.
A relação da pequena Isabela, de 3 anos de 10 meses, vai além de brincadeiras. A menina ajuda na manutenção do bicho. "Quando lavo o pote de ração, ela fica junto e eu sempre a chamo para dar comida e água. Ela ainda não limpa a areia do gatinho porque é pequena, mas quando crescer, já sabe que vai ter que fazer isso." Na hora do banho, a menina ajuda a secar o animal. E acompanha a mãe durante a compra da ração. "Isabela estava rebelde, com a chegada do Bola de Neve ela mudou muito, ficou mais calma e obediente. O gato até dorme no colo dela", conta.
Os textos são revisados por Mariana Benicá
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