Moda sustentável: usar o vintage é a questão
Muito se fala de sustentabilidade e pouco se faz para alcancá-la. No território da moda, veem-se roupas com as, já tradicionais, fibras de garrafa pet, as de bambu e até mesmo as feitas com o bagaço da cana-de-açúcar; as marcas querem vender uma ideia verde, somente por utilizar novas tecnologias e materiais a serviço do meio ambiente; discurso pela metade. Digo a palavra "somente", porque carregar a bandeira da sustentabilidade é maior do que isso; fazer moda sustentável é antes de tudo pensar na reciclagem dos materiais já usados, nas roupas prontas que caíram no esquecimento e viraram peças de museu — do armário de cada pessoa.
Querer a sustentabilidade é re-PENSAR o consumo, é entender que, apesar da moda e seus objetos serem considerados produtos efêmeros, devem ser entendidos, antes de mais nada, como memória viva de passados distantes ou não, mas que sempre trazem sensações, sentimentos, vínculos e experiências. Basta isso para ter a certeza que a moda e a roupa têm o dom de carregar em si marcas de uma história e de serem modificadoras de outra triste história na qual o contexto implora por salvação — ambiente sustentável sem demagogia.
Não precisa ir além ou aferventar as ideias, buscando como então re-UTILIZAR a moda; que tal entender mais e quem sabe se apaixonar pelas peças vintage? Para desmistificar, essa designação é referente às peças que marcaram uma época, são emblemas de um passado que não precisa ser tão distante, por exemplo, pode ser um vestido estampado de 2000. Incorporar essa ideia é se abrir ao mundo dos brechós que conquistam cada vez mais seguidores. Eles se tornaram grandes empreendimentos que se fazem presentes, inclusive, no mundo do e-commerce — venda online.
A primeira questão a ser levada em conta ao se vestir com peças vintage é o equilibro, pois, sem ele, você corre o risco de sair fantasiado. Para, então, conquistar essa harmonia, uma dica é escolher no máximo duas peças, que chamem mais atenção, que serão o foco do seu look. Por exemplo, uma jaqueta de paetê, típica dos anos 70, é o elemento perfeito para fazer o diferencial na combinação de jeans e regata branca ou preta; para dar o toque final, utilize um acessório de cabelo ou um sapato de cor forte que vão fazer a diferença.
A calça estampada pode ser uma ótima aliada na hora de você se vestir com atitude: combinando-a com uma blusa branca de alfaiataria e com acessórios coloridos, o visual fica harmônico e muito interessante de se ver.
Para ficar vintage e na moda no próximo verão, faça a opção por saias de tamanhos médios, entre joelho e calcanhar, ou pelas longas de tecidos leves, que além de femininas são ótimas para não perder a elegância nos dias quentes. Como opção de blusa, as listradas imprimem a modernidade no look final, mas, para as mais básicas, a regata é a saída. Os vestidos curtos e estruturados, típicos dos anos 60, trazem humor ao visual de verão!
Procure sempre peças que estejam em condições de uso, que, com uma simples lavagem, revigoram e trazem para você a possibilidade de vestir o diferencial e ser corpo de uma imagem cheia de personalidade. Para peças mais desgastadas, utilize a customização, fazendo aplicações de tachas, recortes, plumas e paetês. Mas a dica mais preciosa é: invista e valorize as peças que trazem em suas tramas memórias de um passado latente. Isso é fazer moda sustentável!
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Larissa Almada
Mestranda em Comunicação de Moda, Especialista em Merchandising de Moda. Membro fundadora e conselheira administrativa da ONG LADesign. Docente do Curso Superior Tecnológico em Design de Moda do CES/JF. Consultora em desenvolvimento de projeto em design de moda.
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