Vamos combater a exploração, a deseducação financeira e a extorsão
Prezado leitor, você sabia que algumas empresas (corretoras ligadas à Bolsa de Valores, instituições que se dizem templos religiosos etc.) usam pele de cordeiro sobre verdadeiros lobos que exploram com preços abusivos, praticam (sem qualquer ética) deseducação financeira e outras promovem descaradamente extorsões em busca de seu dinheiro honesto? O que devemos fazer para fugir dessas armadilhas?
Vamos começar pelo exemplo de exploração. Estava muito tranquilo em meu carro estacionado (quase cochilando), enquanto aguardava a minha esposa que fora buscar um cartucho de tinta para minha impressora, que nós havíamos aproveitado a promoção de um site de compras coletivas, que nos cobrou apenas R$ 5,90 para recarregar um cartucho colorido (e olhem que recarregar os cartuchos pretos ainda ficam mais baratos, quando compramos 250 ml de tinta por R$ 20 e com uma seringa comum, nós mesmos podemos abastecer nossas impressoras e ficarmos livres das extorsões que são cobradas pelas empresas que vendem seus cartucho de 4 ml por quase R$ 30) . Quem me ensinou isso foi meu cunhado e consigo imprimir com um custo fixo médio pequeno o material que entrego aos meus alunos.
Entretanto, de repente, como que do nada, surge o nosso amigo dos artigos passados, o Avatar. Desta vez a minha surpresa foi que o mesmo mudou o visual e não estava mais de azul. Desta vez o vermelho resplandecia pelos céus da rua Padre Café e o mesmo pousou ao meu lado. Ele me disse que James Cameron mudou o visual, pois está testando as câmeras subaquáticas 3D para as filmagens de Avatar 2. E olha o que ele me propôs: — O Senhor quer comprar um bilhete de Zona Azul? Eu disse: — Mas eu não estou em área de Zona Azul. Ele retrucou: — Compre para me ajudar, pois estou passando por um momento difícil financeiramente. Então eu pedi para que ele me contasse.
Inicialmente ele começou com um exemplo típico de deseducação financeira. Ele me disse que lá no planeta dele também tem Bolsa de Valores e ele fez um curso numa corretora bem conhecida, chamada Deso Nesta Ltda. Ele até gostou do curso, mas logo percebeu qual era a ideia básica da corretora que logo fez um cadastro. Como ele tinha algumas economias de uns bicos que ele fazia em outas galáxias (que também tem áreas de Zona Azul para naves espaciais), e tinha comprado um apartamento num planeta bem aconchegante, a corretora disse que ele deveria vender o mesmo e aplicar em fundos imobiliários (que renderiam mais do que o aluguel) e que o restante poderia comprar ações e vender cotidianamente. Bastava acompanhar as análises técnicas. O Avatar pensou que eles eram éticos, pois os corretores disseram que eles apenas prestam orientações como agentes de investimento e quem decide é o cliente. Mas passados alguns dias, os telefonemas, e-mails, postagens em Facebook e até em sonhos (essa corretora conseguiu uma técnica para entrar nos sonhos dos clientes) foram demasiados e convidaram o Avatar para ir à corretora. Lá eles tomaram um vinho, amaciaram a carne e créu!. O Avatar deu ... ou melhor ... vendeu seu apartamento e aplicou na bolsa. Aí veio a crise de 1929 e ele perdeu tudo. Passados 80 anos, após se reerguer financeiramente, essa mesma corretora encontrou o Avatar e o induziu a comprar ações e vender no curto prazo (pura especulação). Esse tipo de operação se assemelha a uma relação sexual (é um entra e sai da bolsa numa rapidez, cujo intuito é fazer com que as corretoras ganhem as corretagens sobre as operações dos clientes). O Avatar foi novamente induzido e aí veio a crise financeira imobiliária de 2008 e o Avatar perdeu tudo. A corretora está cada vez mais rica, pois ganha nas corretagens. Durante a euforia, muitos compram. Nas crises, muitos vendem e a corretora ganha do mesmo jeito. Com o passar do tempo, esse jogo ficou manjado e a corretora faliu e os corretores foram minguar empregos em outras corretoras éticas. Só que quem é ético não quer pilantra com ele e os corretores deverão participar como figurantes do Avatar 2. O Avatar ainda deu uma lição de humanidade, levou os pilantras para trabalharem com James Cameron.
E para piorar a situação, o Avatar me narrou a seguinte história de extorsão: "Eu fiquei tão triste com as perdas que tive na Grande Depressão de 1929 e na crise de 2008, que perdi o sono e fiquei várias noites acordado. Com isso, passei a assistir à programação da TV aberta, que é quase a mesma em todos os canais, e vi uma seita (que aceitava tudo, cheque, cartão, dinheiro etc) e prometia solução para os meus problemas. O pregador começa perguntando se quem estava assistindo tinha algum problema. Meus Deus! Quem está acordado 4 horas da manhã tem, pelo menos, um problema de insônia. Ele me convidou e eu fui visitar o templo dele, que se chamava 'Templo é dinheiro'. Lá ele me prometeu que todos os meus problemas seriam resolvidos, bastava que eu desse uma contribuição simbólica por mês (nada mais do que metade do meu salário). Fiz isso e estou pastando, bem como fui à bancarrota e agora estou aqui em privações."
Lamentei profundamente o que o nosso amigo Avatar (que estava mais bonito, de vermelho) estava passando e aconselhei a ele que procurasse se recompor financeiramente após o sucesso de bilheteria que será o Avatar 2 e com isso, ele possa comprar um novo apartamento e procurar um corretora ética que o oriente honestamente no mercado de capitais e aconselhei que o mesmo não se deixasse iludir pelas falsas promessas dos pilantras da fé. Falei para ele que ninguém dá dinheiro a ninguém e que nada na vida vem fácil. Tudo vem com esforço. Como diz Lair Ribeiro, o sucesso vem antes do trabalho somente no dicionário. Finalizo esse artigo desejando a todos os leitores que tomem bastante cuidado com pessoas desonestas, exploradoras e antiéticas. Que cada um de nós possa ser ético, honesto e assim contribuir para um mundo melhor. E pela Lei da Atração, com atitudes assim, atrairemos pessoas do bem.
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Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá, Universo e da Fundação Educacional Machado Sobrinho, todas a instituições em Juiz de Fora - MG. O autor ministra palestras, para empresas, na área de Educação Financeira.
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