Novamente a questão da cobrança indevida dos 10% nos restaurantes!
“Seja a mudança que você quer ver no mundo”.
Atualmente muito tem se falado sobre questões morais, sobre escândalos de corrupção etc. Mas será que atitudes ilícitas somente acontecem no alto escalão da política? Óbvio que não! Esse problema começa com as atitudes individuais de desrespeito às regras. E para isso vou apresentar dois exemplos que ocorreram comigo na semana passada ao frequentar dois restaurantes aqui em Juiz de Fora.
A primeira situação ocorreu no sábado (01/11), quando eu e alguns familiares fomos a um restaurante na Rua Padre Café, no Bairro São Mateus. Como é sabido, a Lei Municipal nº 11.903, de dezembro de 2009, que dispõe da afixação de informativo em local bem visível, que orienta sobre a não obrigatoriedade do pagamento da taxa sobre os serviços dos estabelecimentos, nem sempre é cumprida. Ao pedir o cardápio verifiquei que não havia qualquer menção sobre a referida lei e nem em nenhum outro local visível, como manda a própria lei. E pior, no final, ao pedir a conta para pagar a pizza, foram cobrados os 10%. Fiquei extremamente indignado com tal atitude de desrespeito à lei e no meu exercício de cidadão, paguei somente o que consumi e não paguei os 10% cobrados irregularmente. Esse estabelecimento merece ser denunciado aos órgãos competentes para que a lei se faça cumprir.
Na segunda situação fui a um restaurante na Rua Barão de Cataguases, aqui na região central de Juiz de Fora. No cardápio havia a informação de que o restaurante não cobrava os famigerados 10%. Entretanto, quando a conta chegou, havia a cobrança dos 10%. Fiquei por demais indignado com tamanha incoerência. Passou-me pela cabeça a ideia de que tal estabelecimento queria se resguardar caso aparecesse uma fiscalização, mas que na prática os funcionários eram instruídos à cobrar os 10%.
Enfim, já é a terceira vez que escrevo sobre este tema que tanto me causa revolta, pois muitos restaurantes não cumprem a lei e ainda tentam constranger os clientes que se negam a pagar, ao perguntarem aos mesmos se eles foram mal atendidos. Uma coisa não está relacionada com a outra. Se eu for mal atendido, eu nunca mais voltarei ao restaurante e ainda contarei o que acontecera comigo em meus artigos (como estou fazendo agora) e nas redes sociais. E tem mais: atender bem faz parte das boas relações humanas e empresas sérias, que respeitam os clientes, atendem bem e respeitam as leis.
Ao cobrar, de modo irregular a taxa de serviços de 10%, os restaurantes que fazem isso estão desrespeitando os clientes. Qualquer prêmio a mais que o dono do restaurante queira pagar aos seus garçons por produtividade deve estar embutido no preço dos produtos (e de fato já estão, pois ao cobrar, por exemplo, R$ 4,00 por um refrigerante de 350 ml, todos os custos e lucro já estão embutidos).
Conclamo aos leitores que querem um país melhor, que comecem a exercer seus direitos de cidadãos nas atitudes que pareçam mais simples e somente paguem o que consumir nos restaurantes e não paguem esses demoníacos 10% que precisam ser exorcizados das contas. Anote todos os 10% que você não pagar e veja quanto de dinheiro estará a mais na sua carteira no final do mês e no final do ano. Dinheiro que é seu e não deve ser apropriado indevidamente por alguns restaurantes. E denunciem os restaurantes que burlam a lei e ainda causam qualquer constrangimento a você e à sua família na frente dos demais clientes, pois isso ainda provoca danos morais.
Vamos mudar o mundo através das nossas atitudes individuais. Vamos sair da zona de conforto, deixar a vergonha de lado e combater essa inversão de valores, pois alguns restaurantes passam a ideia de que os clientes que pagam os 10% estão certos e quem não paga, estão errados. Mentira! Chega de inversão de valores. Quem paga os 10% está contribuindo para que a lei não seja cumprida e reforçando alguns restaurantes a cobrarem. Quem não paga os 10% está exercendo sua cidadania e dando a sua colaboração para que as regras sejam cumpridas. E não somente essas regras, mas como todas as que estão na lei.
Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Professor da Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e professor licenciado da Fundação Educacional Machado Sobrinho, todas as instituições em Juiz de Fora - MG. Também é economista do Centro Regional de Inovação de Transferência e Tecnologia (Critt) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O autor ministra palestras, para empresas, na área de Inteligência Financeira, Gestão de Pessoas, Relacionamento Interpessoal, Marketing Pessoal e Gestão do Tempo. É autor do livro "Crédito Rural e Produtividade na Economia Alagoana" pela EDUFAL. É colunista do Portal ACESSA.com e coautor de artigos na Folha de São Paulo on line (com o colunista Samy Dana, Professor da FGV - SP).Saiba mais clicando aqui.
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