Recrutamento e Seleção Profissional: eventos dramáticos como reações dos pensamentos
Somente quanto ocorre um evento dramático em nossas Empresas paramos para refletir. O contexto organizacional de recrutamento e seleção profissional, por exemplo, não é uma área restrita à Psicologia, mas tem sua especificidade dentro desta disciplina. Esta especificidade, na maioria das vezes, é desconhecida ou descuidada pelos diretores e pelos empreendedores. Vários são os motivos para não se dar uma atenção adequada a este decisivo momento que ocorre, nos dias atuais, de maneira demasiada. É a maneira de pensar do corpo diretor que não foi devidamente conduzida: os pensamentos dentro da Empresa ainda giram no âmbito das "opiniões anteriormente estabelecidas" e não se faz nada diferente para sacá-los deste estado mórbido.
Vários são os motivos fornecidos na tentativa de respaldar o momento de uma seleção profissional que não foi concluída com êxito. Sejam quais forem estes motivos, eles não poderão clarear o evento dramático ocorrido em uma contratação, pelo singelo motivo da falta de uma clara e anterior condução integral do pensamento. Assim, o corpo diretor, em um círculo vicioso repete sempre a mesma natureza – a mesma abordagem - quando do recrutamento e da seleção e assim obtém sempre os mesmos resultados, ou seja, o insucesso.
Chamamos a atenção para a especificidade da Psicologia, quando do recrutamento e seleção, porque ela é a disciplina capaz de elaborar, a partir dos “pensamentos” da Empresa, um trabalho com processos contínuos de desenvolvimento integrado: pensamentos, sentimentos e ações – em sua totalidade. Este processo contínuo, tratado na totalidade do ambiente organizacional, cria condições para o aprendizado contínuo e consistente no sentido de quebrar a rotina. Neste caso, colocar fim na maneira de recrutar e selecionar de uma mesma forma que só conduz ao insucesso. Tenhamos bem claro a seguinte afirmação: “São as reações dos pensamentos do corpo diretor e do grupo de trabalho que determinam a qualidade de uma seleção profissional no âmbito empresarial”.
Não podemos prever o tipo de pensamento que antecede todo o processo de seleção e, também, raras vezes, podemos saber o que leva o corpo diretor a optar por este ou por aquele tipo de seleção profissional. Porém, a condução que poderá levar-nos à qualidade descansa, sempre, na busca da quebra de padrões anteriormente estabelecidos, padrões que se repetem de forma dramática e alcançam sempre o indesejado: “mais uma vez escolhi a pessoa errada”; “como pude ser tão ingênuo”; “aquele profissional em sua entrevista avisou-me que ele não ficaria por muito tempo e eu não pude perceber isto”; “este profissional jamais deveria ter sido admitido, pois ele está ferindo o ideal de minha Empresa”...
A especificidade do Psicólogo do Trabalho está em antecipar, diferente de prever o que vai acontecer, onde o tipo de pensamento que o diretor está nutrindo poderá conduzi-lo. Assim o Psicólogo conduz o processo cuidando para que os eventos dramáticos não se repitam, clareando para o corpo diretor que determinados tipos de pensamentos que antecedem ao recrutamento e seleção poderão agir em determinadas direções. Estas direções sim, elas podem ser escolhidas, pois assim seremos capazes de pensamentos corretos no argumento que antecede ao processo de recrutamento e seleção. Logo, se não mudarmos nossa maneira de pensar não poderemos mudar os eventos dramáticos que são “as reações dos pensamentos” em um círculo vicioso, sempre com os mesmos resultados, onde somos conduzidos pelos pensamentos ao invés de direcioná-los aos nossos objetivos.
- Objetividade do pensamento
- Uma consideração de ordem prática coerente ao ambiente organizacional
- Os pensamentos incidem na totalidade do ambiente de trabalho
André Salles é Bacharel em Psicologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora; Pós-Graduado Latu-Sensu em Psicologia Fenomenológico-Existencial pela PUC-MG; Mestrado em área de Concentração Filosófica pela UFJF; Formação em Docência pelo DETRAN-MG - atuou como Professor e pesquisador em Psicologia Aplicada em Centros de Treinamentos de Condutores na cidade de Juiz de Fora; Foi Educador em disciplinas de Psicologia e Filosofia na Faculdade Sudeste de Minas – FACSUM; Conselheiro Administrativo em Psicologia do Trabalho junto ao Instituto Joaquim Soares de Oliveira, na cidade de Santos Dumont - MG; Detentor de Cargo Público do Governo Federal, onde atua em serviços Técnicos na área Operacional de Gestão de Pessoas, desde o ano de 2001; Psicólogo do Trabalho e Psicólogo Clínico vinculado à Associação Brasileira de Psicólogos Antroposóficos; Curso em Formação Antroposófica e Educação Waldorf – Foundation Courses and Waldorf Certificate Program - pelo Sophia Institute – US. Saiba mais clicando aqui.
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