O desejo de reconhecimento do trabalho
Poderíamos contar nos dedos das mãos o número de trabalhadores que buscam a valorização ou o reconhecimento de seu trabalho, sem atribuir a outros a responsabilidade desta "não distinção".
A Antroposofia descreve fenomenologicamente, de maneira simples, o mecanismo ou a dinâmica "psicológica" que pode fortalecer o Ego do indivíduo para que ele exerça um controle mais equilibrado sobre suas ações dentro da organização do trabalho, diminuindo, assim, o impacto severo dos transtornos psicológicos que incidem sobre o ambiente organizacional. Ela também prescreve uma base sólida para todo possível trabalho que possa ser realizado em qualquer âmbito profissional: a auto-educação do indivíduo. Neste caso, interessante seria uma atenção voltada ao "treinamento individual" no âmbito organizacional, o que difere em muito dos treinamentos técnicos como para operar máquinas, sistemas, etc.
Muito bem, então, qual é a dinâmica "psicológica" do desejo de reconhecimento do trabalho? A resposta está na assertiva de Rudolf Steiner: "todos os atos de contenção significam uma força adicional de vontade". Assim sendo, como exemplo, podemos dizer que um "treinamento individual" no âmbito organizacional deveria estar embasado com a compreensão do fato de, em uma instância particular, "ser perfeitamente possível suprimir o desejo" [de reconhecimento ou de valorização de um trabalho executado].
Não se trata aqui de uma acomodação ou de uma supressão de possibilidades, inclusive de melhorias no cerne individual ou do grupo, mas de oferecer ao trabalhador uma oportunidade de se confrontar com a seguinte compreensão: "é igualmente possível deixar este desejo insatisfeito, desde que ele não vá prejudicar ninguém ou abandonar o seu dever".
O confronto face a face com esta possibilidade pode dar ao indivíduo uma capacidade de ser mais flexível para ponderar objetivamente. Pode dar a ele um controle maior, mais forte, sobre seu "desejo". Esta visão possibilita ao indivíduo ANALISAR OBJETIVAMENTE e, até mesmo em alguns casos, ver que tal desejo pode ser um "desejo egoísta" ou ser "fruto de uma vaidade".
Aqui tentamos elucidar um pressuposto antroposófico com a seguinte pergunta: O que as pessoas carregam dentro delas, em pensamentos, sentimentos, desejos, etc. não causam impacto ao ambiente organizacional? E por que não damos atenção àquilo que está fluindo "de dentro" dos trabalhadores em uma organização?
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André Salles é Bacharel em Psicologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora; Pós-Graduado Latu-Sensu em Psicologia Fenomenológico-Existencial pela PUC-MG; Mestrado em área de Concentração Filosófica pela UFJF; Formação em Docência pelo DETRAN-MG - atuou como Professor e pesquisador em Psicologia Aplicada em Centros de Treinamentos de Condutores na cidade de Juiz de Fora; Foi Educador em disciplinas de Psicologia e Filosofia na Faculdade Sudeste de Minas – FACSUM; Conselheiro Administrativo em Psicologia do Trabalho junto ao Instituto Joaquim Soares de Oliveira, na cidade de Santos Dumont - MG; Detentor de Cargo Público do Governo Federal, onde atua em serviços Técnicos na área Operacional de Gestão de Pessoas, desde o ano de 2001; Psicólogo do Trabalho e Psicólogo Clínico vinculado à Associação Brasileira de Psicólogos Antroposóficos; Curso em Formação Antroposófica e Educação Waldorf – Foundation Courses and Waldorf Certificate Program - pelo Sophia Institute – US.Saiba mais clicando aqui
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