Sábado, 24 de agosto de 2013, atualizada às 19h54

Paulo Teixeira diz que PT colocou o pé no chão após manifestações

Eduardo Maia
Repórter
Paulo Teixeira

Em visita a Juiz de Fora neste sábado, 24 de agosto, o candidato à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputado federal Paulo Teixeira, considerou que as manifestações proporcionaram aos petistas uma autocrítica sobre a atuação da legenda. Além disso, também classificou como falha a atual interlocução dos militantes com o governo e comentou o cenário da disputa eleitoral de 2014.

"Antes das manifestações, a gente vivia um certo triunfalismo. Um olhar para trás e a ideia de que estava indo tudo muito bem. De uma maneira necessária, a gente põe os pés no chão. Foram boas essas manifestações para o nosso governo e para o PT", avalia.

O deputado também criticou a atual dificuldade do partido, atualmente presidido pelo deputado estadual Rui Falcão (SP), em dialogar com o governo. Ele afirma que é preciso equilibrar o jogo de forças, investindo em um novo modelo de comunicação. "Não temos tido o diálogo necessário com a militância para ouvi-la. Não temos conseguido nos comunicar com a sociedade corretamente. O modelo atual do PT não dá conta destes desafios de continuar mudando a sociedade brasileira".

Sobre as alianças partidárias, o deputado destacou a influência que os demais partidos da base aliada do governo exercem sobre o PT. "Queremos criar um bloco que influencie aliança e não que os aliados nos influenciem. Na reforma política, quem definiu a escolha de quem iria presidir a Comissão de Reforma Política foi o PMDB e ela que definiu quem era o petista que ia coordenar o processo", relembra.

Volta Lula

Teixeira criticou ainda o posicionamento de colegas do partido em reforçar o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. Segundo ele, a atitude coloca em xeque a atuação da presidente Dilma Rousseff, enfraquecendo a sua representatividade eleitoral. "Defender hoje o Volta Lula é um tiro no pé. É quase que você dizer que a nossa presidenta está mal e é preciso trocá-la. E se nós acharmos isso, a população brasileira também achará", acredita.

O candidato também defendeu a continuidade da aliança com o PSB, evitando assim uma provável candidatura do governador do Pernambuco, Eduardo Campos à presidência em 2014. "Se ele quer fazer mais, ele tem que estar no palanque da Dilma. Para o PSB fazer mais, é continuar onde está. Tem que debater revezamentos, esse ano é um partido, outro ano é outro", propõe.

Sobre os demais candidatos à presidência, o deputado classificou a ex-senadora Marina Silva (Rede) como conservadora e apontou problemas dentro do PSDB, pela rivalidade entre os tucanos Aécio Neves e José Serra (PSDB) para a disputa presidencial. "A oposição não tem alternativas à candidatura dela. O principal problema do Aécio está no partido dele. O Serra diz que vai ser candidato, ou ganhando do Aécio dentro do PSDB, ou saindo e levando uma parte com ele. O que eles têm vai ser dividido", garante.

Eleições internas

O deputado Paulo Teixeira disputará o processo de eleições diretas do PT, representando a ala Mensagem ao Partido, da qual faz parte a deputada Margarida Salomão (PT). São também candidatos os militantes Markus Sokol, Renato Simões, Serge Goulart e Valter Pomar e o atual presidente Rui Falcão. A votação do primeiro turno ocorre no dia 10 de novembro.

Dentre as propostas apresentadas pelo candidato, o petista prioriza a participação popular como uma das bases para a tomada de decisões. Ele defende a criação de políticas na distribuição das concessões de emissoras de TV e rádio, bem como a distribuição equilibrada dos recursos de publicidade empregados pelo Governo Federal.

Outra proposta apresentada pelo candidato é de se levar adiante a discussão sobre a reforma política partindo do plebiscito já proposto pela presidente Dilma Rousseff. Ele se opõe ao financiamento privado de campanha e exige a maior participação das mulheres e dos movimentos sociais na vida pública. "Defendemos o modelo de reforma imediato. Só este modelo irá aumentar o número de mulheres. Na Argentina, por exemplo, 30% das cadeiras parlamentares são reservadas às mulheres. E aqui no Brasil são apenas 8%", descreve.  

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