Situação da saúde em JF tem discussão acalorada em plenário

Com a sondagem de uma possível criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), audiência tem 35 pessoas inscritas para falar. Os debates permaneceram polarizados 

Angeliza Lopes
Repórter
28/04/2015

A audiência pública com discussões sobre a saúde pública em Juiz de Fora reuniu dezenas de pessoas no plenário da Câmara Municipal nesta terça-feira, 28 de abril, na rua Halfeld. A pedido do vereador Jucélio Maria (PSB), os debates entre autoridades e sociedade civil permearam questões voltadas a morosidade e falta de atendimento na saúde, judicialização, falta de vagas para internação, cirurgias e exames, diagnóstico das condições de funcionamento do HPS e PAM Marechal, déficit de profissionais da saúde, interrupção das obras do Hospital Regional e, principalmente, falta de medicamentos e ineficiência na distribuição dos remédios. Além do secretário de saúde, Adilson Stolet, também estavam presentes os secretários de Governo e de Planejamento.

Abrindo as discussões, Jucélio Maria apresenta os pontos principais levantados em matérias divulgadas pela mídia entre 2013/2015 para avaliação dos participantes, que resultariam na judicialização da saúde, resultando no abarrotamento judiciário para pedido de exames, cirurgias e atendimento médico, quebra da ordem de atendimento e crise institucional do Executivo e Legislativo. "Observamos de cinco a seis publicações por semana nos Atos do Governo para medicamentos de ordem judicial. Precisamos do aumento da cartela  do fornecimento de remédios pelo SUS. Temos que garantir o direito básico e institucional do cidadão", ressalta.

Com a sondagem de uma possível criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar questões pertinentes a falta de medicamentos nas unidades de saúde de Juiz de Fora e problemas na distribuição dos insumos sob responsabilidade da Unihealth Logística Ltda, a audiência pública vários momentos de tensão. Com 35 pessoas inscritas o direito aos três minutos de explanação, os assuntos ficaram polarizados entre pessoas que elogiavam ações administrativas e outros que discutiam problemas pontuais e gerais da situação da saúde em Juiz de Fora.

De acordo com o Secretário de Saúde, Adilson Stolet, cerca de 90% dos medicamentos que estão em falta no município já foram empenhados e estão sendo entregues, tendo sido feito uma compra emergencial de 90 itens para sanar as faltas na Regional Leste, Atenção Primária e HPS. Reforçou a necessidade de uma empresa de logística de armazenamento do estoque, para evitar a falta e remédios vencidos e redução de gastos desnecessários. Também foi falado da falta de repasse dos valores estaduais para a compra de remédios, até mesmo para a construção do Hospital Regional, que está parado.

Outros pontos levantados pela população que usou do direito de palavra no plenário, foi a humanização no atendimento nas unidades, problemas da falta de higiene em Unidades de Atenção Primária (UAPs) do bairro Santa Rita e Valadares, dificuldades na aquisição de fraldas, demora no atendimento na Regional Leste e falta de boa gestão. "Gerentes dos postos de saúde da Cidade Alta precisam fazer vaquinha para comprar gases e algodão. Não tinha dipirona", conta Marli do Nascimento.

Com quase três horas de audiência, ela encerrou com o proponente da mesa Jucélio Maria, que informou que será enviado um requerimento com todas as perguntas feitas em audiência, para que haja esclarecimentos por parte do Executivo.


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