Viver sóbrio
A maioria das pessoas pode beber. Uma minoria não pode. Não pode por incompatibilidade física, mental e espiritual. Para alguns, corpo e espírito sucumbem ao álcool, não reconhecer essa limitação orgânica costuma ser desastroso e o preço alto, compromete família, vida social, trabalho, saúde, dignidade e amor próprio...
Acreditar que um alcoolista pode se relacionar com o álcool é como tentar diluir óleo na água. Inconciliável.
O primeiro passo é aceitar que existe uma dissintonia entre você e o álcool, e se quiser ser tratada, vai exigir renúncia, assumir fracassos, redirecionar projetos, reavaliar o conceito de felicidade, mas de que valeria a vida se não fossem nossas mudanças de rota, não é verdade?
Para aqueles que identificam mais perdas que ganhos na bebedeira, sugiro viver sóbrio, uma experiência muito mais segura e feliz que os dias de embriaguez.
Não é fácil escolher viver sóbrio, exige coragem, porque invariavelmente requer reformulação de vida, faxinar pensamentos, pessoas, lugares, por em prática novos comportamentos, e convenhamos, se manter acomodado tem lá suas “vantagens”.
O lugar comum não oferece tantos riscos, mas a superação sempre está num novo lugar...
Não conheço quem tenha problemas com o álcool e piorou de vida ficando abstêmio, é claro que é preciso ação para modificar o comportamento, é claro que no início dói, gera luto, é uma despedida do antigo eu, depois vamos trabalhando a espiritualidade, auto controle, perdão, renascimento, “tampar a garrafa” é somente o início da reformulação de vida.
Maior desafio que estar “limpo” é se manter “limpo” e aprender a lidar com as frustrações e injustiças do mundo sem recorrer à embriaguez, ( válvula de escape ilusória) que só desbaratina o sujeito e turva seu sonho.
Todo mundo consegue depois de uma ressaca braba ficar um tempo sem beber, mas trazer a sobriedade para um estilo de vida é que são elas, hoje vou sugerir algumas ações trazidas do livro “Viver Sóbrio” do Alcóolicos Anônimos que têm ensinado a muita gente que ficar sóbrio em si não resolve os problemas mas é um bom começo...
Vamos às 10 sugestões?
01)Evite o primeiro gole
02)Use o plano das 24 horas (fracione suas atividades ao longo do dia) e viva “Só por hoje”
03)Evite hábito, pessoas e lugares de ativa.
04)Procure ajuda profissional
05)Evite a solidão e auto piedade
06)Evite alimentar ressentimentos e raiva
07)Não fique de estômago vazio
08)Pratique esporte e oração.
09)Frequente grupo de mutua ajuda (Alcóolicos Anônimos e Narcóticos Anônimos)
10)Seja bom para si, tenha gratidão.
É claro que o que fiz aqui foi sugerir algumas ações universais para quem entra em processo de abstinência, mas não são únicas, e cada paciente deve junto ao seu terapeuta identificar aquelas que mais funcionam no seu processo de tratamento de forma individualizada. Não existe receita de bolo, embora a maioria dessas sugestões sirva para a maioria das pessoas que buscam ajuda para parar de beber.
Se você quiser as sugestões na integra, baixe um PDF no celular do livro e boas descobertas.
Sugiro que vá com calma, incluindo essas sugestões um dia de cada vez por ordem de prioridade em sua vida, depois de alguns meses não beber se torna natural e gostoso.
E espero que você possa dizer: “O meu pior dia sóbrio ainda é melhor que meu melhor dia embriagado”.
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Cecília Sertã Junqueira Rodrigues é Terapeuta Conselheira em Dependência Química, presta consultoria para empresas e escolas e aconselhamentos individuais em clínica.
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