Amanda Beloti Amanda Beloti 27/04/2015

Dor glútea e dificuldade para andar: Síndrome do Piriforme

A dor ciática é o sintoma da compressão do nervo ciático. Essa compressão gera uma inflamação e irritação da raiz nervosa que nasce na medula espinhal e vem para os membros inferiores.

O ciático é o maior nervo do corpo humano. Sai da medula, vem pelo quadril, desce por trás da coxa e do joelho de cada perna, até chegar no "dedão" do pé (chamado hálux). É por ele, principalmente, que passam a maioria dos estímulos sensitivos e motores dos membros inferiores.

A lesão do nervo ciático pode ocorrer dentro do canal da medula ou em algum outro ponto do seu trajeto. É um nervo que atravessa vários músculos, inclusive o músculo piriforme, do qual vou falar bastante mais à frente. Por passar por tantos músculos, pode ser comprimido se huver alguma contração muscular descoordenada ou excessiva.

A dor ciática atinge homens e mulheres e sua freqüência aumenta conforme o envelhecimento (já que com o passar dos anos, a coluna sofre desgastes em suas estruturas). Esta dor por ser causada por hérnia de disco, artrose ou traumas na coluna, ou pela Síndrome do Piriforme, nosso assunto de hoje.

A Síndrome do Piriforme ocorre quando o nervo ciático é comprimido por um pequeno músculo da região glútea, chamado piriforme.

Como vemos na imagem, o músculo piriforme tem sua origem em um osso chamado sacro, e insere seu tendão numa estrutura do osso fêmur, chamada de trocânter maior. Em amarelo vemos o nervo ciático passando para descer pela perna. Este músculo tem a função de rodar a coxa externamente, além de auxiliar na abertura do membro inferior.

Se o músculo piriforme estiver mais tenso que o normal, ou apresentar espasmos, o nervo ciático poderá se inflamar. Os sintomas são:

  • Dor profunda na nádega, em queimação e dormência, que normalmente desce até a perna e pode aumentar quando a coxa é movimentada para fora (por exemplo, quando a pessoa está sentada e cruza a perna) ou quando a nádega é comprimida.

  • Dor na região sacro-ilíaca, que provoca dificuldade para caminhar (a imagem abaixo ilustra onde é sentida a dor sacro-ilíaca).

  • Dor quando o paciente está sentado e fica de pé; ou quando está caminhando e para repentinamente.
  • Aumento palpável e doloroso de volume do músculo piriforme, que fica inchado.

Até o momento não existe entre os pesquisadores um consenso para UMA causa comum para o surgimento desta patologia. Mas as principais causas conhecidas para a Síndrome do Piriforme são:

  • Exercícios excessivos da musculatura glútea, sem orientação adequada.
  • Trauma na região sacro-ilíaca ou glútea, que causam espasmo e inflamação.
  • Anomalias anatômicas (quando o nervo ciático passa por dentro do músculo piriforme e é "degolado" toda vez que este músculo se contrai – ocorre em cerca de 10% das pessoas).

  • Trabalhar muito tempo na posição sentada, constantemente estressando e comprimindo a região glútea
  • Homens que sentam sobre carteira ou chave do carro no bolso (o que, aliás, podem trazer vários outros problemas de coluna)

As medidas a serem tomadas, caso você tenha esta dor, é procurar um médico ortopedista para descartar hérnias lombares, ou patologias mais graves que possam afetar o nervo ciático em sua origem na coluna (como já foi citado mais acima nesta coluna). Descartadas estas possibilidades e constatada que a lesão é no trajeto do nervo ciático, o médico poderá prescrever medicações analgésicas, anti-inflamatórias e relaxantes, conforme ele achar necessário (EVITE A AUTOMEDICAÇÃO!) e o paciente poderá procurar um fisioterapeuta de sua confiança para dar início à reabilitação.

O tratamento visa o controle da inflamação, da dor e do espasmo. O fisioterapeuta poderá utilizar de diversos recursos (como ultrassom, gelo, massagem, alongamento, fortalecimentos progressivos e sob supervisão constante, etc.) visando redução da tensão do piriforme e da musculatura glútea que o cerca, com orientações domiciliares para prevenção de recidivas.

A melhor maneira de prevenir é manter a musculatura glútea bem alongada e devidamente fortalecida. O método Pilates é uma excelente opção!

Abaixo, seguem alguns exercícios que podem ser feitos em casa, para alívio de dor e prevenção da Síndrome do Piriforme:

O importante é nunca interromper sua vida normal por causa de uma dor, procurar sempre um auxílio de um profissional para que ele possa te orientar e buscar a cura ou controle da situação.


Amanda Beloti é fisioterapeuta graduada em 2009 pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Cursa Especialização em Fisioterapia Traumato-Ortopédica pela mesma instituição. Instrutora Internacional de Pilates pela Pilates Plus (autorizada pela Associação Norte-Americana de Pilates). Sócia-proprietária do Consultório de Fisioterapia e Pilates STUDIO A. Saiba mais.

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