Dor na sola do pé? Saiba aqui o que é Fasceíte Plantar
Olá pessoal, hoje falarei de um tema que com certeza quase todos já sentiram sem nem mesmo saber o que era: a fasceíte plantar. Quantas vezes já acordamos de manhã e ao colocar o pé no chão experimentamos uma dor forte na sola do pé, que incomodava por algumas horas, desaparecia quando "o corpo esquentava" e depois voltava, indo e vindo, nos tirando o conforto? E, em casos mais graves, dor intensa quase o dia todo, durando semanas?
A fasceíte plantar é uma das causas mais comuns de dor no calcanhar. Ela ocorre por inflamação de um tecido, chamado fáscia plantar, localizado na sola do pé e que conecta o osso do calcanhar (calcâneo) aos dedos.
A dor pode ser concentrada em dois pontos principais, como mostra a imagem abaixo:
A fasceíte plantar ocorre quando há muita tensão, uso excessivo, ou traumas repetitivos nesta fáscia, provocando dor intensa e dificuldade para caminhar.
Alguns fatores aumentam a chance de desenvolvermos a fasceíte:
- Idade: é mais comum em pessoas entre 40-60 anos, por alterações degenerativas normais do próprio tecido da fáscia.
- Exercícios físicos que colocam estresse excessivo no calcanhar, como corridas de longas distâncias, balé e outras danças, por exemplo.
- A curvatura do pé. Existe o pé com arco normal, o pé chato (cerca de 14% da população) e o pé cavo (cerca de 2% da população tem o pé muito cavo). A alteração no arco pode causar a fasceíte.
- Obesidade, que aumenta demais a pressão sobre os pés. Mais de 20% das pessoas acima de 100 Kg sentem sempre dores da sola do pé!
- Profissão que exija que o profissional passe muito tempo de pé, como, por exemplo, professores, operários, atendentes, etc.
- Calçados inadequados, que tem solas macias demais e não oferecem uma estabilização da sola do pé.
Os sintomas mais freqüentes da fasceíte plantar são:
- Dor intensa pela manhã, ao dar os primeiros passos.
- Dor na sola do pé ao ficar em pé por muito tempo.
- Dor na sola do pé ao subir escadas.
- Dor na sola do pé após atividades físicas mais intensas.
- Inchaço leve ou vermelhidão no pé.
- Rigidez ou tensão na sola do pé.
- Aparecimento dos famosos esporões no calcâneo, que surgem pelo excesso de tração local.
O médico poderá pedir exames complementares como raios-x (ou outros de imagem), para descartar patologias mais graves. Mas, uma vez diagnosticada a fasceíte plantar, o tratamento é inicialmente REPOUSO. Em sequência, será continuado à base de medicamentos e fisioterapia. Raramente são necessários procedimentos cirúrgicos.
A conduta fisioterápica será determinada pelo seu fisioterapeuta, de acordo com os conhecimentos dele, mas pode envolver alongamento, massagem, gelo, ultrassom, crochetagem (técnica pouco conhecida, mas muito interessante e de muito resultado), uso de palmilhas, bandagem funcional e orientações domiciliares, além de orientações quanto ao calçado mais adequado para sua pisada, auxílio na perda de peso e muito mais. Existem muitas opções! Cada fisioterapeuta é capaz de escolher sua conduta analisando o grau de dor, a ocupação, a idade, o peso, e outras características individuais do paciente. Lembremos sempre que as condutas são todas as vezes INDIVIDUAIS, porque cada paciente tem sua particularidade. Não existe receita pronta para se tratar uma doença. Confie em seu fisioterapeuta e tenha paciência, porque cada caso pode levar um tempo para curar.
Técnica fisioterápica: crochetagem
Técnica fisioterápica: bandagem funcional
A fasceíte plantar deve ser levada a sério, pois ignorá-la pode causar incapacidades progressivas na rotina e atividades do dia-a-dia, gerando uma dor crônica no calcanhar. Sendo assim, o paciente pode mudar seu "jeito de pisar", caminhando errado e levando ao surgimento de compensações ascendentes, como dor nos joelhos, quadril, coluna e assim por diante. Tantos problemas mais graves podem começar com uma simples dor no calcanhar ou sola do pé. Portanto, não podemos subestimar este sinal do corpo!
Aqui vão algumas dicas domiciliares para a prevenção da evolução da fasceíte, que podem ser feitas aos primeiros sintomas, ou até mesmo no período de remissão deles. Lembrando que não devemos substituir estas dicas por uma consulta mais aprofundada, que além de cuidar dos nossos pés nos ensinará muito mais coisas a serem feitas em casa, pois cada caso é um caso.
Alguns tipos de alongamentos de fácil execução
Congelar uma garrafa de água (600ml – encher só 2 terços com água), pisar em cima e rolar o pé sobre ela. Fazer isso por 1 minuto, repetindo 3 vezes. Depois pode colocar de volta no congelador e usar outras vezes, várias vezes por dia.
Palmilha de Calcanhar. Porém, atenção: em alguns casos é necessária a confecção de uma palmilha específica, para pé cavo ou pé chato, por exemplo. Esta de calcanhar é somente para aliviar os sintomas de pressão no calcâneo para quem tem o pé normal. Podem ser indicada pelo seu médico ou fisioterapeuta. Ela tem um ponto de alívio para o maior local de pressão.
Entre os remédios mais conhecidos para tratar o problema, encontramos a aplicação direta de gelo na região afetada. Basta deixá-lo no local durante 15 minutos para ver como a inflamação e a dor diminuem. Em casos em que a fasceíte plantar está muito avançada é recomendável aplicar gelo de 5 a 6 vezes ao dia. O gelo é o MELHOR antiinflamatório que existe!
Automassagem com bolinha massageadora (pisar na bolinha com força, fazendo movimentos pra frente e para trás com o pé, ou movimentos em círculo nos pontos de dor).
Automassagem com as mãos, com um creme ou gel de massagem, nos pontos de dor.
Portanto, o que devemos ter em mente é que uma dor aparentemente inofensiva não deve ser ignorada, pois pode gerar conseqüências extremamente difíceis de serem revertidas, ao invés de um tratamento simples e rápido. Nosso corpo nos dá sinais que devemos saber interpretar. A qualquer sinal de um destes sintomas, procure seu médico ou fisioterapeuta de confiança para uma avaliação! Até a próxima!
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Amanda Beloti é fisioterapeuta graduada em 2009 pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Cursa Especialização em Fisioterapia Traumato-Ortopédica pela mesma instituição. Instrutora Internacional de Pilates pela Pilates Plus (autorizada pela Associação Norte-Americana de Pilates). Sócia-proprietária do Consultório de Fisioterapia e Pilates STUDIO A. Saiba mais.
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