Dia Mundial do Rim alerta para as doenças renaisMaioria das pessoas acometidas por doenças renais não sabe que enfrenta o problema. Em JF, 471 fazem hemodiálise ou diálise peritonial
*Colaboração
11/3/2010
O Dia Mundial do Rim, comemorado nesta quinta-feira, 11 de março, alertou os juizforanos para a prevenção das doenças renais, já que a maioria das pessoas acometidas por elas não sabe que enfrenta o problema. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento devido a doenças renais por ano. Dos dois milhões de portadores no país, 60% não sabem que possuem.
Segundo o nefrologista e chefe do serviço de transplante da Santa Casa, Sebastião Ferreira, é fundamental observar os indicativos de riscos, como hipertensão, diabetes e histórico familiar. Dados Ministério da Saúde de 2009, apontam que, em Minas Gerais, dos 15.4994 pacientes hipertensos testados pelo Programa Hiperdia 187 têm DRC. De um total de 1.106 pacientes diabéticos também inscritos no programa, 38 apresentaram DRC. Outros 3.101 doentes que eram portadores de hipertensão e diabetes, conjuntamente, foram também testados. Destes 179 tinham a Doença Renal Crônica (DRC).
Entre os indícios da doença estão pressão alta, alteração na cor da urina, anemia ou palidez anormal, fraqueza e desânimo constante, náuseas, vômitos frequentes pela manhã e sangue na urina. Para a vice-presidente da Liga pré-renal da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Carla Ferreira, a maneira mais simples de descobrir uma possível DRC é através do exame de urina. "Além da uroanálise, na Liga fazemos uma ficha cadastral para identificar os fatores de risco. Caso a doença seja identificada, o paciente é encaminhado para uma UBS [Unidade Básica de Saúde] ou para o médico de referência", ressalta a acadêmica de Enfermagem.
Ferreira explica que sem a prevenção o risco da pessoa desenvolver a Doença Renal Crônica (DRC) é grande. "Se não for tratada, a doença crônica causa a perda da função dos rins e a pessoa deve fazer a diálise (manual) ou hemodiálise (filtração mecânica). Com 90% da perda da função de filtração dos dois rins é necessária a terapia renal substitutiva, que consiste na diálise ou no transplante de rim. Sem a filtração renal, impurezas ficam retidas, podendo causar a morte do paciente."
Atendimento em Juiz de Fora
Conforme a Comissão de Nefrologia do Sistema Único de Saúde (SUS), em Juiz de Fora e na região, 471 pacientes fazem hemodiálise e diálise peritonial. Em janeiro de 2009, o número foi de 480 e, em 2008, o montante atingiu 463 pacientes.
A nefrologista autorizadora de transplante renal e tratamento de diálise da Comissão Municipal de Nefrologia, Stael Moura da Silva, pontua que atualmente a cidade consegue atender toda a demanda de pacientes. “Em 2006, a demanda era maior do que a assistência, mas o problema já foi resolvido. Acredito que, pela eficiência na prevenção dos laboratórios de nefrologia, o número de pacientes que necessitam da hemodiálise esteja controlado", afirma.
Para ela, em Juiz de Fora, a quantidade de equipamentos para realizar a hemodiálise é mais do que suficiente. "Dos 471, 13% fazem a diálise peritonial, ou seja, não precisam do equipamento. Mesmo se precisassem, o município ainda teria condição de atender." Atualmente, três clínicas fazem a hemodiálise na cidade: o Hospital Universitário (HU/CAS) e duas particulares conveniadas ao SUS.
Transplante
O transplante de rim pode ser realizado a partir de um doador vivo ou por um doador falecido, desde que seja por morte encefálica. "Com pessoas de grau familiar é mais fácil. O transplante não oferece perigo e a pessoa doa apenas um rim, sem prejudicar a saúde. Na lista de espera, a pessoa pode aguardar por até quatro anos" explica Ferreira.
Segundo ele, o número de doações em Juiz de Fora não é suficiente para atender todo o público que necessita, mas a quantidade de transplantes realizados tem aumentado consideravelmente. "Na Central de Captação da Santa Casa, em 2009, foram realizados 34 transplantes, dos quais 70% foram de cadáveres. Em 2008, foram apenas 12, quase três vezes menos." Além da Santa Casa, o Hospital João Felício também realiza transplantes.
Ferreira destaca que para uma pessoa doar um rim sem ter alguém na família que precise, o procedimento é mais burocrático, visto que é necessária uma avaliação judicial para verificar se a doação não possui fins econômicos.
Saiba como se prevenir
- Controlar a pressão arterial e da obesidade;
- Parar de fumar;
- Fazer exercícios periódicos, principalmente aeróbios;
- Dieta equilibrada e saudável. Evitar excesso de sal, proteínas animais (carnes, leite e derivados e ovos), alimentos gordurosos e/ou fritos, excesso de açúcar e doces. Alimentar mais verduras, legumes e frutas;
- Fazer exames clínicos e laboratoriais periódicos, principalmente exame de urina e dosagem no sangue de creatinina;
- Repor a água que o organismo perde durante o dia. Uma pessoa normal elimina cerca de 600 ml de água diariamente somente pela respiração e transpiração. Em dias quentes, essa quantidade pode chegar a mais de um litro. E quem faz ginástica chega a perder mais de dois litros!
- Quem tem cálculo renal deve tomar, no mínimo, dois litros de água por dia. Os pacientes com insuficiência renal devem consultar o médico para definir a quantidade ideal de ingestão de líquido.
Fonte: AMMG
Saiba onde obter informações
Liga Pré-renal - funciona no Instituto Mineiro de Estudo Pesquisa em Nefrologia (Imepen), na rua José Lourenço Kelmer, 1.300, sala 208, bairro São Pedro.
Central de Captação e Distribuição de Órgãos da Zona da Mata - funciona na Santa Casa, na avenida Rio Branco, 3353. O telefone de contato é (32) 3229-2392.
Comissão Municipal de Nefrologia do SUS - funciona no Pan Marechal, no Centro, nono andar, sala 902.
Dados Ministério da Saúde de 2009, apontam que, em Minas
Gerais, dos 15.4994 pacientes hipertensos testados pelo
Programa Hiperdia 187 têm DRC. De um total de 1.106
pacientes diabéticos também inscritos no programa, 38
apresentaram DRC. Outros 3.101 doentes que eram portadores
de hipertensão e diabetes, conjuntamente, foram tambémDados Ministério da Saúde de 2009, apontam que, em Minas
Gerais, dos 15.4994 pacientes hipertensos testados pelo
Programa Hiperdia 187 têm DRC. De um total de 1.106
pacientes diabéticos também inscritos no programa, 38
apresentaram DRC. Outros 3.101 doentes que eram portadores
de hipertensão e diabetes, conjuntamente, foram também
testados. Destes 179 tinham a Doença Renal Crônica (DRC).
testados. Destes 179 tinham a Doença Renal Crônica (DRC).
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