Confiara a coluna #NossasOrigens Por Leda Maria Baptista

Nas famílias de tradição açoriana, a páscoa era vivenciada seguindo as regras da Igreja Católica. A preparação para a grande festa da Ressurreição de Cristo, iniciava-se quarenta dias antes do domingo de páscoa. Era a quaresma. Neste período imperava o silêncio, músicas, danças e festas eram proibidas. O jejum e abstinência da carne, aconteciam principalmente nas sextas feiras (dia da morte de Cristo) em todas as famílias... Nas igrejas e residências, cobriam-se imagens de santos, com panos roxos ou pretos, em sinal de luto.

O clima era de sacrifícios pessoais entre todos, crianças, adultos e velhos....

Havia na semana santa, a tradição popular de malhação de Judas.

Malhação de Judas ? década de 1940

 A Malhação de Judas começa na sexta-feira santa, quando um boneco representando Judas Escariotes (o apóstolo que traiu Jesus) é pendurado a uma árvore, permanecendo "enforcado" durante a noite. Pela manhã, sábado de aleluia ele então é posto ao chão malhado e queimado.

Além do Judas, há orações durante toda a noite, diante a imagem de Cristo-morto, representando o velório de Jesus.

Muitas pessoas iam a pé, descalço e com roupas velhas até a igreja para as procissões e orações.

Era costume masculino deixar a barba crescer durante a semana santa, barbeando-se somente no sábado de aleluia. Para as crianças, escondiam-se ovos cozidos e coloridos com plantas, para que fossem procurá-los e quem os encontrasse, poderia comê-lo como símbolo de "vida nova". Esse ritual, acontecia domingo de páscoa, bem cedinho e era motivo de grande alegria.

Fonte:"Entrevistas" - Leda Maria Baptista

Arquivo Histórico Documental Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz.