Terça-feira, 19 de junho de 2012, atualizada às 18h30

Plano de saúde com dois mil contratos tem carteira de cliente alienada em Juiz de Fora

Thiago Stephan
Repórter
Procon

Um plano de saúde com atuação em Juiz de Fora e região teve sua carteira de clientes alienada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Com isso, a operadora tem até o dia 11 de julho para conseguir alguma empresa interessada em adquirir os seus contratos. Segundo a assessoria de comunicação da ANS, o plano de saúde conta com cerca de 2 mil clientes.

Ainda segundo a assessoria, a decisão foi tomada devido a problemas financeiros enfrentados pela empresa, o que é questionado pela instituição, que argumenta que a situação financeira mudou após a coleta dos dados pela ANS. Foram dois regimes de direção fiscal, um em julho de 2009 e outro em agosto de 2010. Nas duas oportunidades, técnicos da ANS avaliaram as contas. Caso não consiga efetuar a venda, a operadora terá sua carteira de clientes leiloada.

O superintendente da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor de Juiz de Fora (Procon/JF), Carlos Alberto Gasparete, mostra preocupação com os consumidores que têm contrato com a empresa. "Neste momento, quem fica fragilizado é o consumidor, já que os médicos, as clínicas e os hospitais podem começar a olhar com desconfiança para este plano de saúde e passar a não atendê-lo. Caberia à ANS garantir esse atendimento. A agência determinou apenas a suspensão da comercialização de novos planos", explica Gasparete. Se essa situação se concretizar, o superintendente do Procon/JF teme que um grande número de reclamações chegue ao órgão e à Promotoria de Saúde. Entretanto, até o final da tarde desta terça-feira, 19 de junho, a agência não havia registrado nenhuma reclamação contra a operadora de plano de saúde.

Gasparete explica, ainda, que em caso de encerramento das atividades da empresa, os consumidores terão a opção de migrar para planos equivalentes de outras operadoras. Até a decisão final da ANS, a dica é para os consumidores envolvidos ficarem atentos. "Eles devem procurar o plano para se informar sobre a situação concreta. Caso essas informações não sejam prestadas, devem dirigir-se ao Procon, que vai notificar a empresa", orienta. Gasparete destaca também que não resta outra alternativa neste momento a não ser esperar a posição da ANS.

Em seu site, a empresa informa que continua trabalhando para a prestação de serviços de qualidade e que os atendimentos continuam sendo realizados normalmente, com garantia de assistência aos beneficiários.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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