Médicos alertam para o aumento dos casos de catapora na primavera
Com a facilidade de proliferação do vírus, a doença acaba atingindo a um elevado número de pessoas. A principal forma de prevenção é por meio da vacina
Repórter
11/10/2012
Durante o período da primavera existe um aumento na proliferação de vírus e bactérias que causam determinadas doenças, como é o caso da varicela, mais conhecida como catapora. O alerta acontece anualmente, mas, ainda assim, muitas pessoas acabam esquecendo de tomar a vacina e não realizam os cuidados necessários para se proteger.
Porém, os médicos alertam que, nos últimos anos, mesmo com todas as informações disponibilizadas, os casos têm sido cada vez mais recorrentes e a catapora tem atingido adolescentes e adultos com maior frequência. A informação foi levantada pelo pediatra e vacinologista Mário Lúcio Novaes, que ainda lembra de outra grande preocupação médica: a incidência em gestantes. Confira abaixo a reportagem do Portal ACESSA.com que traz dicas de prevenção, informações sobre sintomas e transmissão da doença.
Complicações
De acordo com Novaes, o grande motivo para o aumento do número de casos está relacionado com a replicação do vírus e variabilidade da varicela. Apesar de, historicamente, ela ser considerada uma doença benigna, é possível que haja uma evolução grave, principalmente em bebês de até um ano de vida, adultos e pessoas com imunodeficiência. "Infelizmente, percebemos uma grande quantidade de complicações causadas pela doença. Há cerca de três anos, um paciente nosso chegou ao óbito em decorrência do caso", alerta o médico.
Entre as possíveis consequências da doença, ele lembra de problemas pulmonares que podem conduzir a uma pneumonia, problemas de pele e até mesmo do sistema nervoso central, que podem ocasionar a perda da condução motora, por exemplo. "O problema da catapora não é a lesão cutânea, mas sim, aquilo que ela pode causar na saúde do paciente. Uma grávida que contrair a doença nos três primeiros meses de gestação, corre sérios riscos da criança nascer com os membros superiores mais curtos ou até mesmo abortar", alerta.
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Transmissão
De acordo com informações da área de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o ser humano é a única fonte de secreção do vírus e, devido às correntes de ar mais frias durante a primavera, as pessoas ficam mais aglomeradas e em ambientes fechados com pouca ventilação, facilitando o contágio. Mas é importante frisar que a transmissão pode ocorrer em qualquer período do ano, contanto que uma pessoa que não esteja imune entre em contato com o vírus, seja por meio de um indivíduo doente, através do ar (espirro, tosse, gotículas de saliva), ou pelo contato direto com as lesões.
Sintomas e diagnóstico
Segundo Novaes, a catapora manifesta-se por meio de erupções rosadas na pele que normalmente causam coceiras. "Na maioria das vezes, as primeiras lesões surgem na barriga, depois na cabeça, seguida da palma das mãos e planta dos pés, e assim por diante", explica. Além disso, a doença causa febre baixa (entre 37,5º e 39,5º) e é comum o surgimento de dores de cabeça, mal-estar, falta de apetite e cansaço.
O médico lembra também que a única forma de se realizar o diagnóstico da doença é por meio das erupções que surgem na pele. "A doença é rápida na proliferação e nas complicações causadas. De sete há dez dias, ela surge e é curada, quando toma-se os procedimentos adequados", diz.
Prevenção
O principal método de prevenção é por meio das vacinas. É necessário tomar a primeira dose até os 12 anos de idade completos e a segunda deve ser recebida em até três anos após esta primeira. Já quem tomar a primeira dose depois dos 13 anos, deve receber a segunda até dois ou três meses depois. O médico alerta que a doença só aparece em adultos não vacinados, daí a importância de ter atenção neste quesito com os filhos. "Quanto antes a criança for vacinada, melhor."
Segundo Novaes, é importante evitar contato direto com as pessoas que tiverem contraído a doença, adotando medidas preventivas em casa, no trabalho e na escola. Outra recomendação da Secretaria de Saúde é não coçar as lesões para evitar infecções por bactérias, lavar as mãos após tocar nos machucados, manter o paciente em repouso enquanto houver febre, oferecer ao doente alimentos leves e muito líquido e ainda manter o doente em certo isolamento.
Neste último quesito, a entidade informa: "pessoas diagnosticadas com varicela só devem retornar à escola ou trabalho depois que todas as lesões tenham evoluído para crostas. É muito importante que elas não fiquem expostas, sob nenhuma hipótese, em meio a aglomerações ou festas. Pessoas imunodeprimidas, ou que apresentam curso clínico prolongado, só deverão retornar às atividades após o término das erupções."
Depois de diagnosticada a doença, o médico explica que o tratamento irá depender da situação de cada paciente. "Normalmente, o tratamento é sintomático. Vamos buscar cicatrizar as lesões e oferecer remédio para febre. Em outros casos, é necessário o uso de antibióticos e outros medicamentos mais fortes."
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