Médicos protestam contra planos de saúde e param por 5 horas
Categoria pediu pelo reajuste e o cumprimento de leis por parte dos convênios em Juiz de Fora
Repórter
25/4/2013
Na manhã desta quinta-feira, 25 de abril, os médicos de Juiz de Fora seguiram protesto nacional e paralisaram os atendimentos aos planos de saúde entre as 9h e 14h. Representantes de três entidades estiveram presentes: Sindicato dos Médicos, Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) e Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora. Eles reclamam do baixo valor dos honorários repassados dos planos de saúde aos médicos e o não cumprimento da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). O ato público também serviu para criticar o que foi chamado de crise assistencial na saúde pública, com falta de especialista e plantonistas.
O Dia Nacional de Alerta é realizado simultaneamente em várias cidades do Brasil. A paralisação preservou os atendimentos de urgência e emergência, mas só nesta sexta-feira, o percentual de adesão poderá ser avaliado.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora, Gilson Salomão, afirma que os planos de saúde não cumprem a CBHPM. "Há um grande desrespeito com a classe. Estamos, desde o ano passado, fazendo pressão para obrigar que as operadoras incluam pontos importantes para nós, entre eles, a data que define o reajuste. Cada uma aumenta o que quer, na hora que quer. E o Governo Federal ainda quer isentá-lo de recursos e obrigações", diz. Segundo os médicos, se a tabela fosse cumprida, os planos deveriam repassar R$ 64,90 por consulta. A média, entretanto, fica entre R$ 50 e R$ 55, chegando a haver convênios que pagam R$ 30 e R$ 35.
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O conselheiro do CRM-MG, Cícero de Lima Rena, explica que o movimento nacional tem o objetivo de valorizar o trabalho do médico, e que outros atos já estão sendo programados. "O CRM não pode interferir em questões salariais, mas ele apoia movimentos pela remuneração digna. A manifestação está ganhando força. Acredito que haverá muita adesão", afirma.
Muitos médicos já verificam que aumentou o desinteresse da classe em atender planos de saúde. O presidente da Sociedade de Medicina de JF, Elídio Lano, concorda com a afirmação. "Anualmente, todos os planos de saúde reajustam o valor pago pelo associado. Quando há mudança de faixa etária, também há aumento. Eles reajustam os preços ao consumidor, mas nada é repassado ao médico, que fica com os honorários congelados. Se você somar todas as despesas de manutenção do consultório, o médico acaba recebendo cerca de R$ 15 por consulta ", comenta.
Em Juiz de Fora, o movimento também quis chamar a atenção para a situação do Sistema Único de Saúde (SUS). "É um alerta às autoridades e gestores. A falta de especialista é gritante. O HPS, por exemplo, não tem traumatologista nas sextas e domingos há 60 dias. A situação é muito complicada", finaliza Salomão.
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