Baú ganha apoio da Acaprena
Ong também fará pressão pela aprovação do Parque Municipal e denuncia biopirataria no local
Enquanto divergências políticas e burocráticas impedem o avanço da criação do Parque Municipal do Morro do Baú em Ilhota, ambientalistas reforçam o lobby para que a estrutura seja criada o mais rápido possível. A Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena), entidade civil sem fins lucrativos com sede em Blumenau, conseguiu aprovar, uma moção em favor do parque em um evento nacional do meio ambiente. A ONG denuncia o corte ilegal de palmito dentro do Morro do Baú e pressiona as autoridades de Ilhota a resolverem de uma vez, as pendências entre Executivo e Legislativo.
A Acaprena vem acompanhando o caso do parque desde quando o prefeito Daniel Bosi anunciou que a Prefeitura tinha a intenção de reabrir o local como uma estrutura do município - hoje o terreno pertence ao Herbário Barbosa Rodrigues, de Itajaí, que não tem mais interesse em manter o espaço. Em maio deste ano, durante a Semana da Mata Atlântica ocorrida na Bahia, a entidade blumenauense conseguiu aprovar uma moção de apoio a criação do parque junto ao Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA). No entanto, o documento foi repassado ao Executivo de Ilhota e ao presidente da Câmara de Vereadores somente no mês de setembro.
Membro da Acaprena que acompanha o processo do parque desde o início, Vanderlei Paulo Schmitt conta que soube pela imprensa sobre o impasse envolvendo a lei da criação do Parque Municipal. Segundo ele, a posição da entidade é para que as partes políticas resolvam o mais rápido o impasse, pois é urgente a recuperação do espaço. "Existem os recursos da Fatma, existe o interesse da Prefeitura, o Parque do Morro do Baú é importante e precisa ser ativado. Soubemos que existe uma discussão em relação ao tamanho do terreno e a nossa posição é que seja adquirida toda a área existente", comenta.
A respeito da decisão da Fatma de exigir a aprovação de um projeto de lei para liberar os recursos para a compra do terreno, Schmitt lembra que outros parques foram criados por decreto, sem a necessidade de passar pela Câmara de Vereadores. "A legislação nacional não exige, só se for o Código Ambiental de Santa Catarina. Mas entendemos que a compentência de analisar isso não é do Legislativo", sustenta.
A respeito dos cortes ilegais ocorridos na região, a Acaprena lembra que Palmeira Juçara, espécie comum no Baú que está sob ataques, é ameaçada em extinção. A entidade lembra que o palmito pode ser extraído da Palmeira Real, que pode ser cultivada em larga escala.
A denúncia de crime ambiental foi encaminhada semana passada para a 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Gaspar, com área de atuação responsável pela Defesa do Meio Ambiente de Ilhota.
Contraponto
Procurado pela reportagem do Jornal Metas, o prefeito Daniel Bosi diz concordar com as posições da Acaprena. Ele argumenta que o tamanho do terreno que está sendo adquirido corresponde ao total que o Herbário Barbosa Rodrigues possui escriturado. "Tudo que eles repassaram de documentos nós vamos comprar", garante.