Quarta-feira, 6 de agosto de 2014, atualizada às 13h15

UFJF é uma das primeiras a aderir a programa odontológico gratuito

Eduardo Maia
Repórter
Odontologia

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) será uma das primeiras instituições do país a disponibilizar atendimentos clínicos odontológicos aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo GraduaCEO. O programa foi anunciado na última terça-feira, 5 de agosto, pelo Ministro da Saúde, Arthur Chioro e prevê o incentivo de R$ 80 mil para compra de equipamentos e informatização além de um repasse mensal de até R$ 103 mil, dependendo da capacidade de atendimento adotada por cada universidade.

A informação foi confirmada pelo reitor da UFJF, Henrique Duque, em exclusiva à ACESSA.com. Segundo o reitor, o convênio que deve ser firmado nas próximas semanas, deve aliviar os custos para a realização dos procedimentos nos campus de Juiz de Fora e Governador Valadares, num orçamento que pode chegar até a R$ 3 milhões por ano.

"Serão criadas 75 clínicas de próteses em todo o país. As universidades receberão cinco tipos de clínicas para atendimento primário, de procedimentos de prevenção, e secundários, de ações mais amplas como, por exemplo, restaurações", explica Duque.

O reitor explica que além de beneficiar aos usuários do SUS, o programa possibilitará a realização de um cadastro de modo a identificar os tipos de operações realizadas nos pacientes. "Cada paciente terá uma ficha, com o mostruário contendo todos os procedimentos. Isso evitará o grande número de ações judiciais que a UFJF é acionada, pedindo valores exorbitantes. Tudo estará devidamente registrado".

No anúncio realizado pelo ministro, além de Duque estava presente o dirigente da Universidade de Brasília (UnB), que será a primeira a aderir ao programa. A estimativa do Ministério é de que até o final do ano, 15 universidades sejam incluídas no programa.

O investimento

As entidades que aderirem à iniciativa receberão um incentivo de R$ 80 mil do Ministério da Saúde. As clínicas odontológicas das universidades serão classificadas de acordo com o número de procedimentos realizados. As de padrão I vão realizar no mínimo 900 procedimentos odontológicos/mês e receberão R$ 25,2 mil mensais para custeio. As de padrão II terão capacidade de fazer no mínimo 1.700 procedimentos odontológicos/mês e contarão com recursos de R$ 50,4 mil mensais. As de padrão III vão realizar no mínimo 2.700 procedimentos odontológicos/mês e terão R$ 75,6 mil mensais de custeio. As de padrão IV poderão fazer no mínimo 4.100 procedimentos odontológicos/mês e contarão com um repasse de R$ 103.320 mensais.

Todas as clínicas contarão com cinco especialidades odontológicas (estomatologia, periodontia, endodontia, cirurgia e atendimento a pacientes com necessidades especiais) e laboratório de patologia, além de ofertarem próteses dentárias e realizarem procedimentos de atenção básica (como aplicação de flúor).

Durante os anos iniciais do curso, os alunos acompanharão o trabalho das equipes de saúde bucal e, nas etapas finais, poderão realizar procedimentos odontológicos com orientação dos professores. Além da prática, os estudantes terão no currículo os princípios de cuidado integral do SUS, de estratégias de humanização.

Caberá ao Ministério da Educação garantir a implantação nos currículos acadêmicos dos princípios de cuidado integral do Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria prevê ainda a distribuição de cinco mil cadeiras odontológicas para os estabelecimentos de saúde bucal que compõem a rede pública.

Duque enfatiza que o apoio do Governo federal o atendimento pode se tornar mais rápido. "Vai atender a uma demanda muito alta de pacientes que aguardam um procedimento odontológico. Claro que ainda vai haver filas, mas diminuirá o tempo para que as pessoas sejam atendidas", reforça.

Com informações do Ministério da Saúde

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