Especialista critica dieta Ravenna, utilizada pela presidente Dilma
De acordo com a nutróloga Alice Amaral, o mais saudável é perder peso por meio da reeducação alimentar
Repórter
14/03/2015
A notória perda de peso da presidente Dilma Rousseff (PT) nos últimos meses revelou o desejo nos brasileiros mais vaidosos de ficar mais esbelto. Em poucos meses, estima-se que Dilma tenha perdido mais de dez quilos. A causa do emagrecimento repentino é a dieta Ravenna, idealizada pelo psicanalista argentino, Máximo Ravenna, que mantém clínicas no Brasil em Brasília (DF), São Paulo (SP) e Salvador (BA).
Apesar do enorme sucesso que o método vem fazendo, a nutróloga Alice Amaral (foto ao lado) não recomenda a dieta. "Ela tem um valor calórico bem baixo, com média de 800 a 1200 calorias diárias. Ravenna faz uma abordagem do ponto de vista emocional e psicológico boa, fazendo com que o paciente procure mudar o valor exagerado que se dá aos alimentos, além de excluir alimentos com altos índices glicêmicos, que são aqueles que se transformam em açúcares rapidamente. Isso é interessante. Mas o método tem baixíssimas calorias, permitindo muitos alimentos industrializados. Isso não o torna saudável. Na verdade, é uma dieta de emagrecimento, não é uma reeducação alimentar, que visa mudar os hábitos de vida de uma pessoa", explica Alice.
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Devido às baixas calorias e a repentina perda de peso, Alice revela que o paciente pode ter alguns problemas de saúde. "Pode-se apresentar hipoglicemia e ter alguma deficiência nutricional. Com 800 calorias, o paciente corre o risco de emagrecer, mas perdendo massa muscular junto. Com uma dieta muito restritiva, você não queima só gordura, você queima massa magra também para produzir energia. E depois isso é recuperado rapidamente. Isso não é saudável. Eu não recomendaria, embora tenha pontos positivos", avisa a nutróloga.
No entanto, quem deseja realizar esse procedimento, tem que buscar o médico idealizador, já que essa dieta é feita exclusivamente por Máximo Ravenna (foto ao lado). "Não é como uma dieta de pontos, ou outra de modismo. Ela é feita no núcleo dele, que trabalha com uma equipe multidisciplinar: médicos, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos. Quando você busca emagrecer, você tem que buscar mudar tudo aquilo que fez com que você engordasse. Senão você emagrece e volta a engordar, ficando no efeito sanfona. Por ser uma dieta restritiva, o paciente faz por um tempo, atinge o objetivo e depois faz, vamos dizer, uma manutenção", comenta a nutróloga.
Quem busca realmente perder peso, Alice afirma que o ideal é procurar um médico especialista. "Deve ter em mente que isso vai além do emagrecer. Quem quiser ficar mais magro, tem que ficar saudável, buscando saúde. Se a pessoa busca saúde, naturalmente vai estar no peso normal, já que a obesidade é uma doença. A dieta do paciente tem que atender as necessidades individuais de cada pessoa, nós somos seres diferentes da mesma espécie. Uma dieta que é boa para um, não é necessariamente boa para o outro. A função do alimento é nutrição. Não tem que ser gostoso, se for é lucro. O alimento tem que atender as necessidades nutricionais individualizadas. Uma pessoa que trabalha sentada tem necessidades diferentes de quem tem um trabalho mais agitado. Deve ser feita uma avaliação no paciente para traçar um perfil alimentar individualizado. É importante ter o acompanhamento médico. O tratamento para emagrecimento visa uma reeducação alimentar, uma mudança de hábitos de vida. Você tem que dar ao paciente condições dele emagrecer e permanecer magro depois, se não não justifica isso", conclui.
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